Muito além das competições, a criação de equídeos movimenta a economia do país, gerando empregos e estimulando outros setores como turismo, moda, alimentação e lazer
Potência econômica e social do agronegócio brasileiro, a equideocultura representa um campo repleto de oportunidades. E para discutir as principais pautas do setor, o presidente executivo do Instituto Brasileiro de Equideocultura (IBEqui), Manuel Rossitto, participou de reunião com a Secretaria Especial da Cultura, na segunda-feira (13/09), em Jaguariúna (SP). O encontro, que ocorreu na ‘Red Eventos’, teve como anfitrião o empresário e criador de cavalos Valdomiro Poliselli Júnior.
Dentre as pautas apresentadas, estão as ações de promoção da imagem do cavalo perante a sociedade, a criação de projetos de funding para fomentar o setor e a disseminação do turismo equestre no Brasil (liberação de parques para cavalgada). Na oportunidade, Rossitto ainda destacou outras iniciativas do Instituto: atuação para a segurança jurídica, passaporte equestre, apoio à exportação, ampliação dos trabalhos sociais com o cavalo, dentre outras.
Para Rossitto, a cultura está diretamente ligada à criação de equídeos. “A música, o cinema, a TV, a gastronomia, o artesanato, a moda e tantos outros segmentos no país, estão atrelados às atividades esportivas, econômicas e culturais do cavalo”, detalhou o presidente. Diante disso, a secretaria propôs a elaboração de um projeto de audiovisual para promover, em diversos aspectos, a Equideocultura no Brasil.
A grande indústria do cavalo
Parte importante da cultura brasileira, os eventos equestres transformaram a indústria do cavalo em um importante setor da economia brasileira. Além da criação e dos eventos esportivos, as atividades de negócios e serviços, bem como a exportação e importação de cavalos, compõe as oportunidades geradas por esta cadeia produtiva, que gera mais de 3 milhões de empregos e injeta mais de R$ 16 bilhões ao ano na economia do país.
“A realização de eventos equestres, cujo público cativo também vêm crescendo, tem fortalecido o setor no país”. Essa é a visão do médico veterinário, especialista em reprodução e comércio de cavalos, Luciano Beretta. No ramo há algumas décadas, ele comemora o aumento no número de eventos no Brasil, em locais abertos e respeitando todos os protocolos sanitários: “É uma indústria que não para nunca”.
Exportação e importação de cavalos
Beretta vê potencial de crescimento ainda maior para o setor, porém, lamenta alguns entraves que prejudicam as exportações, especialmente para países da Europa, por causa de questões sanitárias. Neste sentido, ele destaca o importante trabalho que vem sendo realizada pelo Instituto Brasileiro de Equideocultura (IBEqui) junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).
“Há suspeita de inconsistências no atual sistema e o IBEqui está servindo como porta voz para o Ministério”, explica o diretor da GTC Brasil, Cassiano Ricardo Rios. Ele, que tem vasta experiência na exportação e importação de cavalos, afirma que se não fossem as barreiras impostas por conta da questão mormo, o setor poderia faturar de três a quatro vezes mais, em relação ao que consegue hoje na exportação.
“O Brasil vinha num bom panorama no cenário internacional, especialmente focado em cavalos de alta performance, mas surgiram dificuldades de nível sanitário”, disse. Segundo ele, questões jurídicas e burocráticas também atrapalham. “Não existe instrução normativa para exportar animal vivo, as regras são as mesmas para exportar uma caixa de sapato, então, isso atrapalha e encarece o processo”, lamenta.