Existem inúmeras patologias (doenças) que acometem os cascos dos equinos e dentre as várias existentes, podemos citar a calcificação da cartilagem alar.
A calcificação da cartilagem alar em equinos pode ser definida como mineralização das cartilagens do osso Falange distal (vide Figura 1) e é uma patologia de caráter progressivo. Ocorre mais comumente em raças pesadas, sendo um achado comum em cascos de animais adultos (especialmente em cavalos velhos e raças de tração), porém pode ocorrer em qualquer equídeo acima de dois anos. Considera-se presente quando a ossificação estende além da margem proximal do osso Navicular (vide Figura 5). Um extenso grau de ossificação pode não ter significado clínico se o animal não demonstra dor à palpação.
A calcificação pode ser também assimétrica, em decorrência de um desvio angular, ocasionando um aumento de estresse na porção mais ossificada na face medial ou lateral.
A silhueta do osso Navicular (falange) também pode estar alterada quando a ossificação da cartilagem alar estiver acompanhada de uma lesão degenerativa significante nesta estrutura.
Nas imagens radiográficas de um caso clínico de calcificação da cartilagem alar em equinos, as projeções laterais (lateromedial), dorso-palmar e oblíquas (Figuras 4 e 5) foram realizadas para diagnosticar com exatidão a extensão da alteração. Tal alteração aparece como imagens ósseas estendendo-se em direção caudal ao processo palmar da terceira falange. Uma linha radiolucente pode ser visibilizada, dividindo a imagem da cartilagem ossificada e, geralmente, indica um núcleo de ossificação incompleto.
A ossificação completa é raramente vista podendo estender-se até a articulação inter-falangeana distal, ocasionando uma tumefação da pele na região da coroa do casco (vide Figuras 2 e 3). Fraturas da cartilagem calcificada ocorrem e causam claudicação (manqueiras) e uma reação de dor à pressão digital (palpação) aplicada na coroa do casco pode ser uma resposta clínica desta patologia.
Em casos de dúvidas ou qualquer sinal de manqueira em equinos, um bom exame clínico associado a um exame radiológico faz-se necessário.
Colaboração: Roberto Delort, médico veterinário. Tel: 11- 45868400, www.delort.com.br