Endurance World Championship será realizado neste sábado, 22, em Pisa, com a participação de 13 países
Inegavelmente, a pandemia da Covid-19 obrigou o mundo a se reinventar. No mundo dos esportes equestres não foi diferente, com vários campeonatos adiados e até cancelados. Como foi o caso do Mundial de Enduro de 2020, que estava previsto para acontecer em setembro, mas foi adiado e agora remarcado para este mês, em Pisa, na Itália, com a confirmação da participação de equipes de 13 países, entre eles o Brasil.
Se anteriormente a única preocupação dos cavaleiros brasileiros era com a condição física dos cavalos, em razão da longa viagem até a Itália e a estressante quarentena, agora eles precisaram lidar com outras adversidades. Afinal, a maior apreensão acabou sendo a chegada dos próprios cavaleiros na Itália, haja vista as inúmeras restrições dadas por outros países ao Brasil por conta da crise sanitária em decorrência da pandemia.
Mesmo assim, a equipe brasileira de enduro conseguiu driblar essas adversidades e está confirmada para participar da prova de 160 km do Endurance World Championship, neste sábado, 22, no Parque San Rossore, em Pisa, na Itália. O time Brasil é formado por quatro experientes cavaleiros, Felipe Morgulis, André Vidiz, Renato Salvador e Rodrigo Barreto.
“Com relação aos cavalos, a gente já tinha um grupo forte que estava na Europa e um no Uruguai. Então, com isso nós conseguimos driblar tanto as dificuldades da Covid quanto as sanitárias com relação ao mormo, de ter que fazer quarentena no Uruguai”, explica o técnico da equipe brasileira, Henrique Garcia. “São cavalos e cavaleiros experientes, já acostumados com esse tipo de ambiente”.
De acordo com Garcia, o Mundial de Enduro na Itália teve um total de 80 inscrições, número baixo se comparado com as edições antes da pandemia, que atingiam a casa dos 140 participantes. Mesmo assim, ele cita que as principais equipes do mundo no enduro irão participar, não fazendo com que ele perca, em nada, o seu alto nível de competitividade.
“Esse mundial está acontecendo numa atmosfera diferenciada, mas a expectativa é muito boa. As principais equipes estarão lá, como a Espanha, Emirados Árabes, França e Uruguai, com cavalos importantes. Mas está todo mundo confiante, temos conversado bastante, cada um sabe o que tem que fazer, não temos muita sobra, mas se fizermos um trabalho bem feito o resultado por equipe pode ser bem legal e os cavalos podem correr bem no dia”, cita o técnico.
Cavalo Árabe da equipe brasileira
No Mundial de Enduro, André Vidiz, de Bragança Paulista/SP, monta o Puro Sangue Árabe (PSA), o macho, Chambord Endurance, cavalo de 13 anos. Vencedor de quatro primeiros lugares em provas de 120 km no Brasil, 2º colocado na prova 160 km.
Já Felipe de Azevedo Morgulis, que há alguns meses mora em Milão, na Itália, irá montar a égua Saiph SBV, de 13 anos, também uma PSA. Extremamente equilibrada, que alia inteligência, velocidade com vários prêmios.
Renato Salvador, de Brasília/DF, irá competir com o Puro Sangue Árabe, Uzes Trio, de 9 anos. Trata-se de um cavalo rápido, de boa recuperação cardíaca, que nunca teve uma eliminação em provas.
Por fim, Rodrigo Moreira Barreto, também de Brasília/DF, irá participar com a égua Koheilan Elvira, de 15 anos, possui 18 provas de longa distância completadas, e boas colocações em provas internacionais do esporte.
Henrique Garcia reforça que, além de excelentes cavaleiros, a equipe brasileira ainda disputará o Mundial com os melhores cavalos.
“Cavalo Árabe é sinônimo de resistência e a genética vem avançando muito junto com o esporte. Existem algumas linhagens já bem especificas de cavalos de enduro, e em todas essas linhagens temos cavalo Árabe. O Brasil tem uma capacidade e qualidade genética altíssima e, com certeza, o Árabe é a raça que comanda porque foi uma seleção para isso, para resistência. Hoje eu não vejo como falar de um cavalo de enduro de alto nível separado de falar de cavalo Árabe”, finaliza.