Competição da ABCCC – Associação Brasileira de Criadores de Cavalo Crioulo – foi realizada em Esteio e completou dez anos como prova oficial da raça
No último dia 5 de dezembro, a pista do Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio/RS, sediou as categorias Crioulos do Futuro e Profissional A e B. Ao todo, 26 conjuntos foram avaliados e formaram os últimos pódios da modalidade em 2020, ano no qual completa dez anos anos como prova oficial da ABCCC.
O resultado no Crioulos do Futuro – destinada para animais até três anos hípicos – fez do cavaleiro Cleiton Guimarães de Vargas pentacampeão da categoria. Desta vez, o título foi conquistado com Mapuche Martita, uma lobuna domada pelo próprio campeão. A pontuação total foi de 45,250. “É uma égua de um temperamento muito bom, muito mansa, ela aceitou desde o começo o treinamento e se renova muito bem de uma manobra a outra porque ela descansa, relaxa e isso ajuda a gente”, enfatizou.
No Profissional B, a nota mais alta após oito movimentos foi obtida por Pietro Zanchetta, que montou Guzman da Tuneira: 35,833. Há anos competindo no Freio Jovem, é a primeira vez no Movimiento a La Rienda. “Eu nem imaginava que isso podia acontecer, até porque eu vim só pra conhecer e nunca tinha corrido, mas já que deu certo, graças a Deus”, celebrou.
Já o topo do pódio da categoria Profissional A foi decidido na última corrida, já que Cleiton Guimarães de Vargas entrou em pista com Vento Negro da Robsur para defender o título conquistado em 2019. Deu certo! Com 57,500 de nota final, o conjunto tornou-se bicampeão da categoria. “A gente entra no compromisso, então tem que tentar manter a calma e tentar tirar o melhor do cavalo, e a gente conseguiu. Eu confio muito no cavalo”, finalizou.
O que pode ser salientado como evolução na última década é o julgamento, na opinião do coordenador da Subcomissão de Movimiento a La Rienda da ABCCC, Golbery Accioli de Vasconcellos. “As notas mais precisas, os critérios muito mais alinhados, consequentemente, melhoram a qualidade dos conjuntos. Além do julgamento, foi o novo formato que a prova teve. Porque no começo os jurados ficavam dentro da pista. Agora, não, ficam fora da pista. Isso aí mudou completamente a prova, não a prova em si, mas mudou a plástica da prova, facilitou o julgamento”, opinou.
Ocorreram neste ano também as estreias das categorias Infantil e a Feminina. Agora, em 2020, foram elas as responsáveis por abrir a final de La Rienda. Os oito movimentos foram executados por cinco conjuntos da categoria Infantil. O cavaleiro Martin Alba Heller, de 10 anos de idade, sagrou-se bicampeão com Malaparte do Infinito (com 30,000), além de vice-campeão (com Campana Reboliço e 27,750) e terceiro lugar (com Mapuche Hechicera com 27,667). Em quarto lugar, Alvaro Alexandre Fidler com Capricho de Santa Angélica (com 25,833).
Na categoria Feminina, o título ficou com uma estreante. A amazona Amanda Nunes Pinto atingiu 35,000 de pontuação com Soberano do AEC. Oriunda do rédeas, destacou o seu treinamento para chegar até aqui. “Eu mesma treino os meus cavalos. Trabalho durante o dia em Porto Alegre e à noite vou para o CT treinar. Eu nunca tinha corrido La Rienda, meu cavalo é de rédeas, aí eu decidi que ia correr”, relatou. O segundo lugar ficou com Isadora Casagrande e Riacho Frio Javaé (28,883).
Com quatro conjuntos no Amador B, o atual Freio de Alpaca da Master A do Freio do Proprietário 2020 sagrou-se também campeão da categoria: foi Hendrik Barcelos Platte, montando novamente Vendaval da Lua Branca, com 41,333 de nota. O cavaleiro também garantiu o terceiro lugar da categoria, com 37,500, montando Nacib do Pontal. “Eu disputo o La Rienda porque eu acho que é uma modalidade que vai dar base para as outras, e como não envolve gado talvez fique até mais fácil de treinar. É interessante, a gente não deixa de participar, a gente continua montando, trabalhando a equitação, e até como criador eu acho que a gente tem que fomentar as provas”, comentou Hendrik após sua apresentação em pista.
Na Amador A, Roberto Vidal Hawerroth com Galanteador do Vô Aldo foi o campeão da sua categoria ao atingir 43,167. O conjunto, aliás, já havia vencido no La Rienda em 2019, porém na categoria B. Após a prova, Roberto até chegou a dizer que “não conseguiu demonstrar” por completo a capacidade do cavalo, mas no fim o desempenho foi o mais alto do certame. “Eu achei que esse cavalo vinha pra fazer mais ou menos entre 53 e 55 pontos, e eu não consegui demonstrar o cavalo, não consegui, mas mesmo assim deu pra chegar. Às vezes a gente tem que contar um pouco com a sorte também”, celebrou.
Confira os vencedores
PROFISSIONAL A
VENTO NEGRO DA ROBSUR
Criador: Roberto Anibal Machado de Oliveira
Expositor: Roberto Anibal Machado de Oliveira (Cabanha Robsur, Joiville/SC)
Ginete: Cleiton Guimarães de Vargas
Nota: 57,500
PROFISSIONAL B
GUZMAN DA TUNEIRA
Criador: Lúcio Machado Fontoura
Expositor: Pedro Zanchetta (CT Marcelo Souza, Sapucaia do Sul/RS)
Ginete: Pietro Zanchetta
Nota: 35,833
CRIOULOS DO FUTURO
MAPUCHE MARTITA
Criador: Osvaldo e Renato Vacinaletti
Expositor: Osvaldo e Renato Vacinaletti (Cabanha Mapuche, Pântano Grande/Rs)
Ginete: Cleiton Guimarães de Vargas
Nota: 45,250
CATEGORIA INFANTIL
MALAPARTE DO INFINITO
Criador: Roberto Sidney Davis Júnior
Expositor: Ivan Ataliba Cezimbra, Clair Heller e Kamila Rodrigues da Silva (Cabanha ICH, Esteio/RS)
Ginete: Martin Alba Heller
Nota: 30,000
CATEGORIA FEMININA
SOBERANO DO AEC
Criador: Alceu Estevão da Cruz
Expositor: Amanda Nunes Pinto (CT La Tormenta, Gravataí/RS)
Ginete: Amanda Nunes Pinto
Nota: 35,000
CATEGORIA AMADOR B
VENDAVAL DA LUA BRANCA
Criador: Vladimir Victor Streit
Expositor: Hendrik Barcelos Platte (Cabanha Garuda, Viamão/RS)
Ginete: Hendrik Barcelos Platte
Nota: 41,333
CATEGORIA AMADOR A
GALANTEADOR DO VÔ ALDO
Criador: Daniel Bunn
Expositor: Rancho Salamanqueiro (Santo Amaro da Imperatriz/SC)
Ginete: Roberto Vidal Hawerroth
Nota: 43,167
Foto: Fagner Almeida/Divulgação