Criadora de cavalo crioulo e pecuarista, Margarete Kitaka Mendes, de Cruzeiro do Sul/AC, no sul da Amazônia Ocidental, será homenageada no evento que acontece entre os dias 13 e 15 de fevereiro, no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio/RS
Margarete é desafiada todos os dias, pois seu criatório fica em uma região de florestas densas e altas, com isso a lida com o gado se torna ainda mais difícil. “Por vários anos usamos burros e cavalos comuns, sem uma raça definida, pois havia uma grande dificuldade em conseguir bons animais. Precisávamos de cavalos resistentes que conseguissem tirar o gado da mata fechada”, conta a criadora.
Foi então que Margarete ganhou de seu irmão o primeiro cavalo Crioulo de toda região e vieram junto algumas éguas meio sangue. Ela observa que, “Percebemos que estas éguas, apesar de mestiças, eram muito boas, muito diferentes dos animais que tínhamos”. A partir desse momento, Margarete desenvolveu um interesse pela raça e começou a criação da raça.
No início, a criação de Margarete era para produzir animais de serviço, mas com a vinda de oito éguas e um garanhão, nasceu o amor pela raça. A criadora ressalta que: “a paixão por cavalos foi herdada do meu avô que transmitiu isso para filhos e netos. Ele tinha uma tropa de rodeio que na época e alugava para a Festa de Barretos”, conta.
Na infância, Margarete era apaixonada pelos cavalos pampas, por esta razão, dentro de sua criação existe uma preferência por cavalos de pelagem manchada. “Nosso objetivo é unir boa genética às pelagens manchadas que, sem dúvida, é um grande desafio”, ressalta.
As expectativas são de um futuro promissor para a raça na região e que o cavalo Crioulo ultrapasse as fronteiras. “Estamos conquistando nosso espaço entre os pecuaristas locais, devido a notável capacidade de adaptação, resistência, rusticidade e docilidade destes animais. Em um país de dimensões continentais, com climas e ambientes tão distintos, só a raça crioula é capaz de se adequar às grandes diferenças entre as regiões do Brasil. Por isso eu vejo com muito otimismo, o crescimento da raça por aqui, porque acredito que o cavalo crioulo é o cavalo para o Brasil”, completa a criadora.
Hoje, a criadora não tem cavalo que não seja Crioulo em sua tropa, sendo a maior investidora da raça em sua região.
Por: Vitória Junqueira