José Reynoso é ouro e Stephan Barcha prata na final individual de Salto no Sul-americano

Em uma disputa de alto nível técnico, o Brasil garantiu ouro e prata, além de mais dois conjuntos entre os top 10 na final sulamericana de Salto.

Dobradinha brasileira no Paraguai

Após a conquista do ouro por equipes e da vaga para o Pan-americano 2023, integrantes do Time Brasil de Salto conquistaram nada menos que ouro e prata individual nos Jogos Sul-americanos – Odesur 2022, nessa quarta-feira, 12, no Club Hípico Paraguaio, em Assunção. Sagrou-se campeão José Roberto Reynoso Fernandez Filho, pentacampeão brasileiro senior top, que montando Santiago Rosebud (sob a sela do cavaleiro há apenas três meses) fez duplo zero no GP 1.55m, disputado sob dois percursos distintos. Assim o cavaleiro que venceu a 1ª parcial, fechou a 2ª prova com dois percursos idênticos com somente uma falta no último obstáculo, conquistando o título sul-americano com apenas 4 pontos perdidos (pp).

Medalha de Ouro

A medalha de prata ficou com Stephan Barcha que montando Chevaux Primavera Montana Egípcio – dupla bicampeã brasileira senior top 2021/2022 – garantiu o 2º posto no primeiro de dia competição, fechou a Copa das Nações com apenas 1 ponto por excesso na primeira volta, e no 1º percurso do GP Final registrou um inesperado desvio no muro de nº 3 fechando com 5 pontos e zero no 2º percurso, garantindo a prata com 6,52 pontos.

Medalha de Prata

Já a medalha de bronze coube ao argentino Damian Ancic que montando Sant Rosa Chabacon zerou os dois percursos finais e fechou o campeonato com 6,69 pp. Outros dois brasileiros também se posicionaram entre os top 10: Marcello Ciavaglia com GR fechou em 7º lugar e Flávio Grillo, em 10º, respectivamente, totalizando 17,50 e 26,10 pp.

Medalhistas com palavra

Essa é a terceira vez que o cavaleiro olímpico Zé Roberto, 42, competiu em Jogos Sul-americanos. Foi a competição em que fez sua estreia internacional em 1994, quando integrou a equipe medalha de prata no Sul-americano Infantil. No Time Brasil Senior competiu pela primeira vez em 2006 em Buenos Aires, Argentina, quando foi prata individual e por equipes, voltando ao Odesur em 2014, no Chile, quando o Time Brasil foi medalha de prata. Em 2018, também integrou a equipe medalha de prata na seletiva pan-americana realizada na Argentina.

“Sem dúvida, estou muito feliz. A gente veio com a missão de conseguir a vaga para o Pan-americano, alcançamos nosso objetivo e conquistamos mais duas medalhas no individual. Eu acho que foi um resultado muito bom, quero agradecer à comissão técnica, ao COB, à CBH. Espero, se Deus quiser, poder chegar no Pan-americano 2023”, destacou o campeão Zé Roberto, em um dia de chuva e frio em Assunção.

“A chuva não atrapalhou e na hora da competição parou. Eu acho que o clima acabou ficando favorável para os cavalos, porque não estava tão quente. Também agradeço à equipe veterinária, familiares e a todos pela torcida”, enfatizou Zé Roberto, que também falou sobre a ainda recente parceria com seu cavalo. “O Santiago entrou na minha vida, por incrível que pareça, há três meses. É uma oportunidade grande ter um cavalo como ele com seu coração e vontade. Ele está com 12 anos e, se Deus quiser, vai dar uma muita alegria para gente”, garantiu o campeão, “O Santiago agora é do Otto Vilella, Henrique Thonon e do Carlo Muller de Lima e de sua esposa Isabelle Sehn, proprietários anteriores dele que seguem com uma parte dele, e meu. Agradeço a todos pela confiança”, emendou Zé Roberto.

Stephan, é claro, também comemorou o resultado. “Foram cinco percursos, nenhuma vara no chão. Mas tivemos um imprevisto no início do percurso, como costumo falar, um campeonato a gente ganha e perde no detalhe. Na segunda passagem, demos a volta por cima, fizemos um grande zero. O Zé foi muito bem, o cavalo também, ele montou magnificamente no último percurso. Estamos aqui felizes com a prata e vamos seguir”, garantiu Stephan. “Ano que vem quero ir para Europa, buscar a vaga no Pan-americano e trabalhar muito nesse processo até Paris.”

O olímpico Stephan participou pelou terceira vez dos Jogos Sul-americanos. O carioca de 32 anos integrou as equipes medalha de ouro Junior em 2006 e Senior e foi campeão individual e prata por equipes na seletiva do pan-americano em 2018.

Missão cumprida

Para o Brasil, dificilmente o resultado no Odesur 2022 poderia ser melhor: ouro por equipes do Time Brasil de Salto e ouro e prata individual, e de quebra, vaga garantida no Pan-americano 2023, no Chile.

Marcello Ciavaglia em 7o lugar

“A gente trabalhou bastante para isso, nos esforçamos bem e fechamos com boas notícias. Acreditamos que temos dois conjuntos que podem ser testados em nível mais alto que no Sul-americano. A Argentina e o Chile vieram com uma equipe e a gente conseguiu mostrar a hegemonia do Brasil, somente com cavaleiros radicados no Brasil”, disse o chefe de equipe Pedro Paulo Lacerda. “Agora vamos treinar para Santiago, fazer uma boa preparação e uma boa seletiva e chegar na melhor forma, porque lá vale a medalha e vaga para classificação olímpica, sabendo que nenhum país das Américas tem vaga garantida. Então a disputa vai ser dura.”

Flávio Grillo em 10o lugar


Ouro José Roberto Reynoso Fernandez Filho / Santiago Rosebud – BRA – 4 pp
Prata Stephan Barcha / Chevaux Primavera Montana Império Egípcio – BRA – 6,62 pp
3º Damian Ancic / Santa Rosa Chabacon – ARG – 6,69 pp
4º Martin Dopazo / Pegasus Chau Amore – 12,46 pp
5º Gonzalo Meza / Larissa – ARG – 12,46 pp
6º Daniel Bedoya / Quim mel Maset – BOL – 12,57 pp
7º Marcello Ciavaglia / GR Garuda – BRA – 17,50 pp
10º Flávio Grillo / Lorentino JMen – BRA – 26,10

Resultado completo.

Colaboração: Imprensa CBH com colaboração COB e imagens de Luis Ruas