Time Brasil de Adestramento conquista Prata inédita nos Jogos Pan-Americanos, no Chile

João Victor Oliva, Renderson de Oliveira, Manuel Tavares de Almeida e Paulo Cesar dos Santos arremataram a 1ª prata por equipes do Brasil na história da competição, que se soma a cinco bronzes por equipes e um individual. Na 4ª feira, 25, João, Renderson e Manuel disputam o top 20 individual.

Nessa segunda-feira, 23/10, o Time Brasil de Adestramento no Pan-americano Santiago 2023 conquistou uma histórica medalha de prata na Escola de Equitação do Exército em Quillota, região de Valparaiso, sede do hipismo nos Jogos. A disputa também foi válida como segunda qualificativa individual e o Brasil habilitou-se com seus três melhores conjuntos (máximo por país) na corrida pelo ouro individual no Freestyle na quarta-feira, 25/10.

Os EUA foram com 450,670% e o Brasil, 443,343%, e o Canadá, bronze, 431,937%. Com o resultado de hoje, após 48 anos da conquista do primeiro bronze por equipes no Pan de 1975, e o Brasil arrematou a primeira prata por equipes.

Brasil e Canadá, 2o e 3o lugares

Agora o Brasil detém cinco bronzes e uma prata por equipes. Após o bronze no Pan de 1975 no México, oito anos depois veio a segunda medalha novamente por equipes em Caracas 1983, ocasião em que Orlando Facada montando Premiado foi bronze individual, feito que permanece inédito até hoje. Após um hiato de 24 anos, no Pan Rio 2007, o Time Brasil garantiu o terceiro bronze. O quarto e o quinto bronze por equipes foram conquistados nas duas últimas edições do Pan em Toronto 2015 e Lima 2019. Finalmente, em Santiago 2023, veio a primeira e almejada prata por equipes.

João Victor Marcari Oliva

A rodada do Time Brasil
Mais uma vez fechando a rodada das equipes e último na ordem de entrada, o cavaleiro olímpico João Victor Macari Oliva montando Feel Good VO garantiu 78,617% no Grand Prix Special e 2º posto na classificação geral da 2ª qualificativa. Porém todos os resultados com os 20 melhores conjuntos serão zerados (15 de nível Grand Prix e 5 de St Georges), respeitando o máximo de três conjuntos por país.”Além de sermos um time, somos todos os amigos, o que torna nosso empenho e algumas renúncias para competir mais prazeroso”, destacou João, dono de dois bronzes por equipes em Toronto e Lima e agora uma prata por equipes no Chile. “Monto o Feel Good VO, agora com nove anos, desde a doma, então nosso resultado é ainda mais especial. Ele ainda é jovem, mas certamente vamos dar o nosso melhor no Freestyle”, completou o cavaleiro olímpico, filho da eterna rainha do basquete Hortência Marcari.

Renderson de Oliveira

O segundo melhor conjunto novamente foi Renderson de Oliveira montando Fogoso Campline, 3º brasileiro em pista, garantindo o 74,936% no GP Special, 5º colocado na classificação geral da 2ª qualificativa, também carimbando sua vaga para a final em lugar. “Tive dois erros que me custaram preciosos pontos, mas ainda assim tivemos um ótimo resultado. Estou muito satisfeito com a essa medalha de prata, agora um sonho realizado”, destacou o cavaleiro que começou a competir em GPs somente no início de 2023.

Manuel Tavares

Já Manuel Rodrigues Tavares de Almeida com Rosa Belle, 2º dos quatro conjuntos brasileiros, garantiu 68.894% emplacando em 17º lugar na 2ª qualificativa e também qualificado para a final.”Normalmente costumamos ganhar dois, três pontos no segunda dia de prova, o Grand Prix Special, que para minha égua costuma ser mais confortável. O desafio maior está sendo a questão da parte física, pois ela ficou 45 dias parada na quarentena quando veio da Europa há três meses e meio, onde perdeu uns 60 quilos de massa muscular. Mas fizemos uma prova limpa, sem erros, então fiquei satisfeito”, disse Manuel.

Já Paulo Cesar com Fidel da Sasa JE, dupla campeã sul-americana 2022 e primeiro conjunto brasileiro em pista, teve uma performance bastante superior à do primeiro dia de competição, fechando o Grand Prix Special com 68,638% e a 18ª colocação na 2ª qualificativa individual. Vale destacar que a dupla estreou em Grandes Prêmios no ano de 2023. “O Fidel começou no GP em janeiro, estou na quarta prova desse nível, temos muito para aperfeiçoar, mas de ontem para hoje. Estar no Pan é uma experiência fantástica, eu já tinha competindo no Sul-americano ano passado e agora competir aqui no Pan ao lado dessa equipe de amigos é muito gratificante.”

Regras do jogo
A disputa no Adestramento acontece dois níveis: Big Tour com as reprises (provas) Grand Prix e Grand Prix Special e Freestyle Grand Prix e Small Tour, reprises St Georges, Intermediate I e Freestyle Intermediate I – possibilidade que permite uma maior participação de equipes. Os conjuntos do Big Tour têm direito a 3% a mais em suas notas finais, considerando o maior grau de dificuldade. A mesma série também é válida como qualificativa olímpica. Na final individual, os 20 melhores conjuntos têm o resultado zerado e a disputa promete ser acirrada
Com o resultado por equipes, o Brasil tem vaga olímpica em Paris 2024, mas ainda precisa de mais um conjunto (cavalo x cavaleiro) com índice técnico até 31/12/2023 para se juntar a João Victor Marcari Oliva com Feel Good VO (sua montaria no Pan) e Escorial Campline e Renderson de Oliveira montando Fogoso Campline que já estão tecnicamente habilitados para os Jogos e caso o Brasil não garanta vaga por equipes podem buscar sua vagas individualmente.
Manuel agora vai tentar disputar um Internacional nos EUA para garantir índice olímpico e depois novamente em um Internacional em São Paulo. “Vamos lutar até o fim para tentar garantir uma vaga por equipes na Olimpíada”, garantiu Manuel que no Grand Prix, em 22/10, válido para garantir índice olímpico, bateu na trave. Ao mesmo tempo, o cavaleiro olímpico e medalhista pan-americano Pedro Tavares de Almeida, irmão gêmeo de Manuel, está disputando Internacionais na Europa em busca do almeijado índice.

Confira placar e transmissão ao vivo da final
Imprensa CBH Carola May com Rute Araujo

fotos – Luis Ruas