A Comissão de Política Urbana, Metropolitana e de Meio Ambiente da Câmara Municipal de São Paulo discutiu no mês passado, durante a segunda audiência pública, o Projeto de Lei PL 639/2022 que propõe desapropriar a área do Jockey Club de São Paulo para a criação de um parque público.
O Jockey tem 147 anos de história e iniciou, em 2020, um plano completo de restauração, com o objetivo de atrair as famílias paulistanas para conhecerem e aproveitarem o espaço e as dependências do hipódromo, que tem entrada franca e já é aberto ao público. O investimento inicial foi na ordem de R$ 200 milhões.
“O Jockey é o único clube da cidade de São Paulo aberto a toda população, que atende a todos, independente do poder aquisitivo. Nosso objetivo é nos tornarmos o maior centro de entretenimento público da cidade, com atrações contínuas para todas as faixas etárias e classes sociais, mas sempre com o Turfe e as corridas de cavalos como atração principal”, afirma José Carlos Pires, Diretor Executivo do Jockey Club de São Paulo.
Atualmente, o hipódromo gera cerca de 5 mil empregos diretos e 20 mil indiretos. “A indústria equestre na cidade de São Paulo contribui significativamente para o setor. O que se busca nesse projeto é a destruição de uma atividade econômica que está em pleno funcionamento, gerando milhares de empregos, além de projetos sociais e que é um braço forte da agropecuária na capital paulista”, reforça Pires.
O presidente do Instituto Brasileiro de Equideocultura (IBEqui), Manuel Rossitto, reconhece o Jockey de São Paulo como um dos principais hipódromos do país e de fundamental importância para o setor e também é contrário à proposta do PL 639/2022 de desapropriação.
“Recebemos com surpresa esse Projeto de Lei, porque já há um parque em funcionamento no Jockey Club de São Paulo, com portões abertos para o público, em geral. Além disso, o hipódromo é um dos mais importantes – senão o mais, para a indústria da equideocultura. Hoje, somente o laboratório do Jockey Club de São Paulo é habilitado para realizar exames anti-doping das provas equestres do país. A cadeia produtiva do cavalo movimenta, por ano, cerca de R$ 30 bilhões na economia brasileira e gera mais de 3 milhões de empregos. Precisamos encontrar uma solução que atenda a todos e preserve esse importante patrimônio nacional do setor”, destaca o presidente do IBEqui.
O Jockey Club de São Paulo foi construído na década de 40 em uma área de aproximadamente 600 mil metros quadrados. O local conta com quatro pistas de hipódromo, restaurantes, playground, área verde e abriga cerca de 800 cavalos, além de possuir extensa área verde tendo mais de 800 árvores de mata atlântica catalogadas.
Uma nova audiência pública para discussão do PL 639/2022 deve ser marcada ainda no primeiro semestre de 2023.