Encefalomielite Equina: uma doença de importância socioeconômica

A doença, que também afeta o ser humano, tem taxa de mortalidade elevada, por isso a prevenção dos animais é de suma importância

A encefalomielite (ou encefalite) viral dos equinos é uma doença causada por três diferentes vírus do gêneroAlphavirus, que promovem a inflamação das estruturas do encéfalo e da medula dos animais acometidos. As três formas distintas da doença são a Encefalomielite Equina do Leste (EEE), Encefalomielite Equina do Oeste (WEE) e Encefalomielite Equina Venezuelana (VEE) – esta última mais rara de ocorrer no Brasil.

“A encefalomielite é uma zoonose, ou seja, pode atingir os humanos também, e por este motivo ela é de notificação obrigatória. Os reservatórios naturais destes vírus são aves, roedores e répteis, que em muitas das vezes não apresentam nenhuma manifestação clínica. Já a transmissão acontece por picada de mosquito, que contrai o vírus picando estes animais silvestres ou domésticos e, posteriormente, pica cavalos e humanos, contaminando-os”, explica Pollyana Braga, médica-veterinária gerente de Linha de Equinos da Ceva Saúde Animal.

Os sintomas da encefalomielite equina são muito semelhantes à uma inflamação viral típica, com febre, apatia e depressão. A progressão da doença traz consigo a sintomatologia neurológica, caracterizada pela incoordenação motora, andar a esmo e cambaleante, cegueira, ranger de dentes, e o pressionar da cabeça contra paredes e objetos. O animal pode ficar em decúbito prolongado, com movimentos de pedalada e tendência à evoluir para o óbito em poucos dias.

A Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) mantém a enfermidade como uma doença de importância socioeconômica, principalmente pela sua gravidade e alta letalidade.

“Dentre os três tipos de encefalomielite equina, a Encefalomielite Equina do Leste é a que tem uma progressão mais rápida e maior índice de mortalidade, e o seu vírus está presente em quase todos os estados da região sudeste do Brasil e alguns estados do norte, nordeste e centro-oeste. Por isso não podemos baixar guarda”, Pollyana alerta.

O tratamento das encefalites é, até o momento, apenas de suporte, baseado em fluidoterapia, corticoides e anti-inflamatórios. E por não existir um tratamento específico direcionado, a melhor estratégia para o combate das encefalites equinas é por meio da prevenção.

A melhor forma de prevenir a doença é por meio da vacinação, uma vez que o bioma brasileiro facilita a proliferação dos mosquitos transmissores do vírus, tornando os cuidados ambientais nem sempre tão eficientes, embora essenciais. Com a vacinação, a defesa promovida pelos anticorpos do próprio animal atua como um real escudo protetor contra o vírus, gerando uma maior segurança.

“Vacinar, não apenas contra a encefalomielite, mas contra uma gama de doenças para as quais as vacinas já existem, é a melhor forma de proteger os equinos e garantir mais saúde, longevidade e uma melhor performance. E para facilitar o manejo sanitário destes animais existe no mercado vacinas que são polivalentes, como é o caso da Tri-Equi®, que protege os equinos contra as encefalomielites virais do leste e do oeste, o tétano e a influenza, reforçando a proteção dos animais contra três doenças importantes em uma única aplicação”, finaliza.