Morre Black Mamma, a égua importada pela Prohorse que marca a história no rodeio brasileiro

A Prohorse Rodeo perdeu nesta quinta-feira, 12, uma das mais famosas éguas do rodeio brasileiro, a Black Mamma. Afastada das arenas há cerca de cinco anos, ela estava alojada no Rancho Nossa Senhora de Guadalupe, em Barretos, servindo como matriz da tropa e faleceu aos 22 anos por problemas causados pela idade

Leandro Baldissera na Black Mamma em Barretos

Há 14 anos, a Prohorse Rodeo adquiriu a tropa do saudoso Chris Harris, importando para o Brasil 20 animais de linhagens renomadas do rodeio americano e canadense e, dentre os destaques, estava a égua Black Mamma, animal que por dois anos e meio permaneceu invicto na modalidade Sela Americana. Muito temida pelos competidores, por onde passou Black Mamma chamava atenção pela sua imponência, tamanho e, principalmente, pela dificuldade de pulos que sempre imprimia nos rodeios. Além da história atuando nas arenas brasileiras, como matriz ela produziu grandes campeões de Barretos, Jaguariúna, Americana, dentre outros rodeios e vai continuar viva através de sua prole de ouro.

Leandro e Henrique Prata, sócios na Prohorse, entidade que fomenta as modalidades Sela Americana e Bareback e que iniciou a criação de uma raça específica de cavalos de pulo no Brasil

“Muita gente não sabe, mas a Black foi o animal que nos motivou na importação da tropa e, consequentemente, no nascimento da Prohorse Rodeo. Foi a primeira égua que vi no Chris Harris e me apaixonei de cara. Fiquei doido naquela ‘vagão’ de égua. Fomos treinar lá e ela estava invicta nos rodeios, ninguém conseguia parar nela. E foi assim que o nosso sonho de criar uma raça de cavalos de rodeio no Brasil começou, desencadeando a compra da tropa”, relembra, emocionado, Leandro Baldissera sócio de Henrique Prata na Prohorse.

Em Nova Mutum, um dos muitos tombos que Black Mamma proporcionou ao grande campeão Baldissera

Quando a tropa foi selecionada para vir ao Brasil, os animais ficaram 56 dias retidos no Departamento de Agricultura americano devido à uma greve nos Estados Unidos e, na época, o único animal que não emagreceu e sentiu nada foi ela. “A Black era dominante, comia, não se judiava e foi a primeira a pisar em solo brasileiro, ou seja, a primeira que desceu do container para nossa alegria. A partir de então, tem muita história! Logo depois de sua chegada e o período de adaptação ao clima, fui o primeiro a montar nela, no Desafio do Bem realizado no Jaguariúna Rodeo Festival 2008. Ela me deu um tombo daqueles e, por quase dois anos e meio ficou invicta, sendo que também tive o privilégio de ser o primeiro a conseguir parar nela, marcando 88,25 pontos no Rodeio de Novo Horizonte. De tanto que chamava atenção no rodeio em cavalos, eu acredito que ela foi o único animal de rodeio, tirando o touro Bandido, que teve um patrocínio exclusivo, através da Calminex”, continuou.

Leandro e o carinho especial à Black Mamma, égua que motivou a criação da Prohorse

Como uma das principais matrizes da Prohorse, Black Mamma produziu campeões e dentre os filhos em atividade estão o Titanic, Tirano e Titânio, além de duas filhas que já estão selecionadas para matrizes e serão usadas na próxima estação de monta para dar continuidade em sua genética no Brasil.