Rodolpho Riskalla vence de ponta a ponta e garante o tetra consecutivo em Doha, no Qatar

Atual nº 1 do ranking mundial em sua categoria Rodolpho Riskalla, prata nos Jogos Paralímpicos de Tóquio, agora se prepara para competir em Wellington (EUA) e é forte candidato a medalha no Mundial 2022 em Herning, na Dinamarca. No Adestramento, João Victor Oliva foi 4º no Grand Prix Special.

Sem dúvida um feito inédito. No último final de semana, o cavaleiro brasileiro Rodolpho Riskalla montando Don Henrico venceu as três provas que disputou no Concurso de Adestramento Paraequestre Internacional – CPEDI3* no estádio Al Shaqab, em Doha, Qatar. Após vencer prova por equipes no dia 24, com 77,500%, tornar a vencer a prova Individual no dia seguinte totalizando 78,902% e, finalmente, no sábado, 26, com nada menos que 82,483% de aproveitamento no Freestyle Grau IV, Rodolpho estabeleceu novos recordes pessoais.

Riskalla também venceu as três provas de sua categoria na estádio Al Shaqab em 2019/2020/2021 e agora em 2022, ou seja, garantiu o tetra com 100% de aproveitamento totalizando 12 vitórias. “O cavalo foi super bem, estou super contente. Esse é o último ano que estou competindo com ele”, disse Rodolpho, referindo-se ao seu parceiro de longa data Don Henrico, hannoverano de 19 anos, de propriedade da ex-amazona olímpica alemã Ann Katrin Linsenhof.

Podio em Doha

“Esse ano eu tinha feito uma prova nacional na Alemanha, só para rotinar ele novamente. Agora vou competir em Wellington, EUA, daqui a duas semanas, com um cavalo que consegui emprestado, que nunca montei, mas espero que dê certo. Depois vou me preparar para o Mundial com o Don Henrico”, adianta Rodolpho, líder o ranking mundial no grau IV e atual nº 6 do ranking mundial entre cavaleiros e amazonas de todos cinco graus da modalidade – I,II,III,IV e V – grau de dificuldade crescente de acordo com a avaliação / classificação funcional da deficiência do atleta.

O Brasil também esteve muito bem representado no Internacional de Adestramento 5* em Doha com João Victor Oliva e Escorial Horsecampline, melhor brasileiro da história da modalidade em Tóquio, que fechou o Grand Prix Special em 26/2 na 4ª colocação com 69.575% de aproveitamento. A vitória foi do holandês Tommie Visser montando Genesis Begijnhoeve, 71,787%.

De olho no Mundial – Além da prata nos Jogos Paralímpicos de Tóquio, Rodolpho também detém duas pratas no Mundial 2018 em Tryon (EUA), disputa realizada a cada quatro anos. Agora na temporada 2022, sem dúvida, o principal objetivo do cavaleiro é competir no Mundial 2022, que acontecem em Herning, na Dinamarca, entre 10 e 14/8.

Riskalla já está tecnicamente qualificado para o Mundial, assim como Sérgio Oliva, dono de dois bronzes na Rio 2016, que foi top 10 em Tóquio no Grau I. João Victor e Escorial Horsecampline também estão qualificados e vêm com tudo para integrar a equipe do Brasil no Mundial 2022.

Superação ímpar

Rodolpho, 37 anos, pratica adestramento desde a infância e aderiu ao Adestramento Paraequestre no início de 2016, seis meses após a perda da parte inferior das duas pernas, a mão direita e dedo da mão esquerda em decorrência de uma meningite. Menos de um ano depois defendeu o país nos Jogos Paralímpicos Rio 2016 e, em 2018, foi o melhor brasileiro nos Jogos Equestres Mundiais 2018 nos EUA conquistando duas medalhas de prata no adestramento paraquestre. Na Paralimpíada de Tóquio 2020+1 , Rodolpho arrematou a inédita prata na prova individual e foi 5º no Freestyle .

O cavaleiro residiu na França por 10 anos e agora mora na Alemanha. Além do Adestramento Paraquestre, Rodolpho também compete com sucesso em provas de Adestramento.

Informações: CBH

fotos: CHI Al Shaqab