Murilo Kammer e Fábio Amorosino tiveram a oportunidade de julgar as provas de halter em um dos maiores eventos da raça, realizado no Qatar; criação brasileira obteve prêmios importantes em pista
Um dos maiores eventos do Cavalo Árabe do mundo! Com direito a um verdadeiro show como cerimônia de encerramento, com fogos de artifícios, drones e outros efeitos especiais. Assim, foi o Katara International Arabian Horse Festival 2022, realizado de 09 a 12 de fevereiro, no Qatar, e que contou com os julgamentos nas provas de dois árbitros brasileiros: Murilo Kammer e Fábio Amorosino.
Ambos foram convidados pelos organizadores do evento – Cultural Village Foundation (Katara), Qatar Racing and Equestrian Club e Qatar Equestrian Federation – para avaliarem os exemplares da raça em pista nas provas de halter. Para o evento, o quadro de juízes foi formado por aproximadamente 20 profissionais, de várias partes do mundo.
“É muito bom julgar essas exposições de primeira linha, como essa do Qatar. É uma oportunidade única de estar na arena com um grupo dos melhores cavalos que tem nessa região. Esse foi o segundo ano dessa exposição e eles não medem esforços, nem economizam dinheiro, para fazer um show muito bom”, conta Kammer. “O evento foi simplesmente espetacular, a festa de encerramento eu nunca vi uma queima de fogos tão bonita, nem em festa de réveillon para se ter uma ideia. Organização, toda a pista do Qatar, a qualidade de tudo, o investimento, a forma como fomos tratados, foi tudo excepcional”, acrescenta Amorosino.
Os mais belos cavalos Árabes em pista
O Katara International Arabian Horse Festival 2022 reuniu em pista os mais belos cavalos Árabes do mundo, resultado do alto investimento dos criadores do Oriente Médio na raça, explica Fábio Amorosino. “O Qatar é um show de altíssima qualidade, eu julguei o show principal do evento. Eles têm uma pretensão de que se torne um dos melhores do mundo, e isso vai acontecer porque a qualidade dos animais era de primeiríssima linha, altíssimo nível, animais apresentados em pista e subindo classes. Eu tive a honra de em uma mesma categoria julgar três campeões mundiais, que é um privilégio para quem é apaixonado por cavalos como eu”.
Murilo Kammer já ficou responsável pelos julgamentos dos animais de linhagem egípcia, do qual, segundo ele, o Qatar tem o melhor plantel do mundo. “Não são todos os cavalos que tem uma super qualidade, por causa da limitação de pedigree, mas os melhores do mundo estavam no Qatar. No Kwait tem cavalos puro egípcio muito bons, mas não tinha muitos lá. Dubai tinha alguns, levou e ganhou alguns campeonatos com poucos cavalos que eles têm egípcio”, conta o juiz brasileiro.
“Olhando para esse evento, foi uma honra ter julgado ele. Um sentimento simplesmente indescritível, porque foi além do show em si, como também uma qualidade de animais de altíssimo nível”, acrescenta Fábio Amorosino.
Criação brasileira no Qatar
Vale lembrar que foi durante o Katara International Arabian Horse Festival 2022 que ocorreu a venda história do óvulo da égua brasileira FT Shaella – de criação de Flávia Torres, do Haras FT, de Boituva/SP – por mais de R$ 4,5 milhões. FT Shaella foi vendida muito jovem, com cinco meses de idade, para o Dubai Stud, onde se tornou Campeã Mundial.
Não por acaso, alguns dias depois, o filho de FT Shaella conquistou o título de Campeão Júnior Macho Ouro. Já no Campeonato Égua outro grande destaque para uma égua brasileira: TM Galileah, de criação do Haras Trindade de Minas, de Nova Serrana/MG, ganhou a difícil classe de éguas de 4 a 6 anos.
E os bons resultados não pararam por aí. A Campeã Égua Ouro também tem uma relação com a criação brasileira. Afinal, Donna Molta Bella é filha de *RD Fabreanna, égua de propriedade do Haras Vila dos Pinheiros, de Indaiatuba/SP. Além dela, no pódio do Katara International Arabian Horse Festival 2022, estava a Campeã Égua Prata Nada Al Shahania, filha do brasileiro Besson Carol, de criação do Haras Carol.
Com relação aos resultados, Fábio Amorosino faz a sua avaliação. “Muitos dos animais listados brasileiros foram vendidos há 20 anos atrás, tem um bom tempo. O que é importante salientar aqui é que a qualidade de programas de criação como o Dubai Stud, que tem um patamar de animais de primeiríssima linha. Eles investiram muito nos últimos anos, muito mesmo. Com base nisso, o que tiramos de lição? Que o patamar da criação brasileira é muito bom, mas existe um patamar acima do que esse, que está o Dubai Stud hoje. São animais de primeiríssima, primeiríssima linha, altamente competitivos, não só no mercado europeu, mas seriam ganhadores em qualquer lugar do mundo”.
E, por fim, acrescenta. “Por isso, o Dubai Stud pra mim hoje é uma referência, sobretudo, com base em todo esse processo. Isso serve para nós como incentivo para crescer e que não fiquemos na falsa impressão que está tudo ótimo. Não está não, não podemos parar, porque o movimento é dinâmico. Existe muita gente fazendo muita coisa boa lá fora, que tem que servir como fonte de incentivo para crescer a cada dia. Eu não quero deixar aqui uma sensação de soberba, de que a criação brasileira está excelente, a criação está muito boa, mas tem gente fazendo muita coisa lá fora em um patamar de altíssima qualidade, pra melhor”, finaliza.