Após um ano de entraves jurídicos, a nova diretoria da Confederação Brasileira de Hipismo (CBH) lançou no dia 31 de janeiro seus projetos para entidade neste ano, com Fernando Sperb a frente da presidência, e Barbara Laffranchi, vice-presidente.
“Tivemos um longo período de batalhas para chegar aqui e um curtíssimo período para o planejamento inicial e 2022 poder começar com força total”, destacou Fernando Sperb, ao lado de Barbara Laffranchi e membros da nova diretoria.
Projetos inovadores e novos regulamentos foram formatados em tempo recorde, oficialmente anunciados à comunidade hípica. “Nesse primeiro mês, trabalhamos incansavelmente para formatar projetos e circuitos das modalidades, regulamentos, organização interna e adequação da equipe. Fizemos em um mês, o que se costuma fazer em ano. Agradeço a Barbara, não só ficamos amigos, como enfrentamos muita coisa juntos e estamos prontos para iniciar o trabalho“, pontuou Sperb.
“Nos tornamos grandes amigos e acho que a gente forma um bom time. Nem tudo que a gente fizer vai dar resultado nesses três anos. Acho que para que algo mude, não será em três anos, mas em dez. Mas vamos plantar a semente”, ponderou Barbara Laffranchi. “Estamos com uma super equipe, entre diretores e operacional. Tenho certeza que a descentralização e trabalho coletivo que propusemos desde o começo com uma administração colegiada será eficiente e renderá muitos frutos. E nossa palavra chave é fomento”, emendou a vice- presidente.
Em 2022 são muitos os desafios: o Mundial, evento que acontece a cada quatro anos e pode ser considerado a Copa do Mundo do hipismo; os Jogos Sul-americanos que garantem vaga no Pan-americano de 2023 e o curto ciclo rumo às Olimpíadas 2024. A Confederação Brasileira de Hipismo, ao mesmo tempo, promete investir forte no desenvolvimento e na promoção do esporte em solo nacional.
A CBH chancela nove modalidades e apresentou seus projetos no Salto, Adestramento, Concurso Completo de Equitação, Adestramento Paraquestre, modalidades olímpicas, Enduro, Volteio, Atrelagem. Somente Rédeas e Tambor ainda não foram abordados nesse primeiro momento, mas estão com projetos em andamento. Também estiveram presentes os diretores da Escola, Cavalos Novos, categorias de Base e Fomento, Técnico, Financeiro e membros de comitês. Confira a seguir os principais projetos e pontos abordados durante a apresentação em cada uma das modalidades.
SALTO
Diretor: Daniel Khury
Comissão de Salto: José Roberto Reynoso Fernandez Filho, Ivo Roza Filho, Artemus de Almeida e Pedro Paulo Lacerda.
Coordenador e chefe de equipe das categorias de Base e de Alto Rendimento: Caio Sérgio de Carvalho.
Técnico: Philippe Guerdat e Chefe de equipe: Pedro Paulo Lacerda
O presidente da CBH Fernando Sperb, representou o diretor Daniel Khury, ausente por motivo de saúde, mas em pronta recuperação. “Temos várias novidades. O Daniel constituiu uma comissão de cavaleiros. Eu queria já agradecer aos membros da comissão em que todos auxiliam na tomada de decisão do Salto. Nossa equipe também é composta pelo Caio Sérgio, que toca a parte nas categorias de base. Continuam frente às equipes principais de Salto o técnico Philippe Guerdat e o chefe de equipe Pedro Paulo Lacerda, que vem produzindo bons trabalhos lá fora”, destaca Sperb.
Foram criados três importantes circuitos: categorias de Base de Alto Rendimento, que acontecem concomitantemente com as seletivas do Sul-americano da Juventude, Amadores, Cavalos Novos e retomada Ranking Senior Top, no mais alto nível com duas provas de 1.50 e GP, a 1.55m, todos como parte da programação nos principais concursos em solo nacional e internacional. “Retomamos o circuito Senior Top que teve um lapso em sua existência e que volta em grande estilo com patrocínio do Fundo Gauss e Credit Suisse. A ideia é promover um desafio maior aqui em solo brasileiro e preparamos os cavaleiros para que os angariar objetivos maiores nas equipes principais ”, pontua Sperb, destacando ainda o processo seletivo rumo ao Pan 2023
“No regulamento das seletivas do Sul-americano, três vagas serão disputadas e conquistadas objetivamente em provas realizadas no Brasil. As outras duas vagas escolhidas preferencialmente entre cavaleiros em atividade em solo nacional. Obviamente o Sul-americano é a porta de entrada do Pan-americano e nós tentaremos formar a melhor equipe possível para garantir a qualificação”, emenda o dirigente.
Critérios rumo ao Mundial
Os critérios observatórios também já foram elaborados. “O objetivo principal é poupar mais os cavalos para chegar nas melhores condições possíveis com os nossos cavalos no Mundial. As observatórias já começaram mundo afora. Mas concretamente em abril vamos publicar uma long list e até agosto, cada conjunto terá participação em até duas Copas das Nações. A ideia é evitar o desgaste dos cavalos e a possível perda de conjuntos em data próxima ao maior do torneio da modalidade na categoria principal.
Os campeões do Circuito da Juventude terão direito a clínica em Wellington 2023 com os cavaleiros top Luiz Francisco de Azevedo, o Chiquinho, nas categoria Mirim e Pré-junior, e Rodrigo Pessoa nas séries Junior e Under 25. Já os campeões do circuito Amadores terão direito a uma passagem para assistir o Pan-americano no Chile em 2023. O circuito de Amadores vai de 1.10 a 1.30m pois muitos concursos não programam a série Amador B. O ranking nacional segue em todas as alturas.
Fechando as boas novas está a realização de um curso Internacional 5*, o primeiro depois de uma década, no Doda Training Center em dezembro em Itatiba, no interior paulista, trazendo o Brasil de volta ao circuito de eventos do mais alto nível. “Entramos em contato com os grandes clubes e federações que nos deram um apoio irrestrito e aceitaram o desafio de sediar importantes etapas dos nossos circuitos. Agradeço a todos”, destacou Sperb, citando nominalmente entidades e seus dirigentes.
CONCURSO COMPLETO DE EQUITAÇÃO
Diretora: Barbara Laffranchi, vice-presidente
Diretor Adjunto: João Malik de Aragão
Coordenador nacional: Gustavo Pagoto
Coordenador internacional: Rafael Christianini
Barbara Laffranchi, vice-presidente, assumiu a diretoria do Concurso Completo que pode ser considerado um triatlo equestre reunindo as três modalidades: Adestramento, Cross Country e Salto. “Minha diretoria vai acabar sendo de transição. Hoje o Concurso Completo tem problemas estruturais a serem resolvidos. O João Aragão, experiente cavaleiro internacional de Salto, é meu diretor adjunto e está nos auxiliando em tudo, ao lado dos nossos coordenadores”, coloca Barbara. “Para estabelecer critérios do Sul-americano e Mundial acabamos montando uma comissão com dois atletas que moram no Brasil e dois que residem na Europa. Mais uma vez a administração colegiada à frente.”
Em 2022 já temos 12 competições agendadas esse ano, sendo quatro internacionais em solo brasileiro, seis nacionais, além do Mundial e Sul-americano. “Queremos que em 2023 passem a ser 20. O fomento nacional é nosso primeiro objetivo, o segundo o Mundial e Sul americano e o terceiro a contratação de um técnico de renome para auxiliar o Brasil. Além, é claro, do plano de trabalho de três anos até os Jogos de Paris.”
João Aragão aceitou o desafio com satisfação. “Com a ajuda dos coordenadores Pagoto e Rafael já fizemos fazer um mapeamento de todos cavaleiros da modalidade. O Guto Faria será nosso técnico na parte do cross-country no Brasil, a Sarah Waddell vai nos auxiliar no Adestramento e eu no Salto”, revela Aragão. “No Exterior já temos um treinador e cavaleiro de renome para o Cross Country a ser confirmado. No Salto, o Nelson Pessoa vai nos auxiliar até o Mundial”, explica João.
“A equipe do Mundial será formada pelos cavaleiros que estão no Exterior e no Sul Americano, a nossa ideia é formar a equipe sendo preparada e saindo do Brasil. Queremos fomentar a modalidade no Brasil e temos muito trabalho pela frente”, garante João.
ADESTRAMENTO
Diretor: Sérgio de Fiori
Chefe de equipe: Pia Aragão
O cavaleiro e juiz Sérgio de Fiori que assumiu a diretoria de Adestramento apontou os principais desafios e metas. “Para o esporte de ponta esse ano temos o Mundial e contamos com bons e talentos cavaleiros se preparando na Europa para a competição”, afirma Fiori. “Rumo ao Sul americano, temos conjuntos em atividade no Brasil com muita capacidade e garra para defender a medalha de ouro. Esse será o nosso objetivo no Sul americano que vale para no Pan-americano. A nossa chefe de equipe Pia Aragão já criou um grupo grande com os cavaleiros e amazonas no Exterior e no Brasil, estabelecendo uma ponte e sinergia entre eles. Acreditamos que esses laços podem nos trazer resultados mais sólidos e todos terão muito mais informação.”
Fiori também apontou o processo para Sul Americano no Paraguai. “Temos uma seletiva, composta por dois Internacionais – CDIs3* aqui no Brasil e nós vamos nos amparar em um critério objetivo. Teremos dois juris de alto nível que estão sendo formados para consigamos selecionar os melhores conjuntos.”
A nível Nacional um total de sete concursos é a boa nova. “Poucas vezes nos últimos anos tivemos essa quantidade de Nacionais e todos já estão com nível avançado de pré-produção. Não queremos que nenhum deles deixe de acontecer. Precisamos agitar o ranking de Adestramento da CBH para através dele movimentar as categorias de base. Aí talvez chegue no meu principal objetivo que é a gente terminar nosso ciclo com cavaleiros Mirins, Junior e eventualmente Young Riders com um nível técnico bom”, projeta Fiori.
“Hoje, temos Rodolpho Riskalla que é medalhista paraolímpico, um cavaleiro excelente que fez todas as categorias de base no Brasil muito bem feitos. Isso deu a ele a chance de montar cavalos diferentes fazer as provas de acordo com idade. Além de todo talento e muito esforço e pessoas incríveis em volta”, pondera o diretor. “Além disso, vamos sim ter um técnico para trabalhar no Brasil e queremos expor mais o esporte nacional, os cavalos novos e categorias de base. Finalmente também vamos organizar clínicas em que o objetivo é usar o capital humano formado desde 2006, que tiveram oportunidade de treinar com importantes treinadores trazidos pela CBH à época. Queremos aproveitar a formação dessas pessoas para organizar diversas clínicas no Brasil e com isso promover mais a modalidade.”
PARAEQUESTRE / COMISSÃO DE JUIZES DE ADESTRAMENTO
Diretora: Claudia Mesquita
Claudia Mesquita, juíza internacional 4* de Adestramento e com vasta experiência no esporte, assumiu a diretoria Paraequestre buscando primeiramente o fomento da modalidade. “Vamos continuar dando todo apoio aos eventos internacionais como vem sendo feito e aumentar, mas fomentar a modalidade no Brasil é imprescindível”, coloca Claudia. “A ideia é, através das Escolas de Equoterapia, tentar vislumbrar possíveis para atletas. Vamos promover clínicas, promover forte contato do pessoal do Adestramento. Queremos que os juízes de Adestramento também julguem o Paraequestre. Também vamos fazer clínicas e cursos para os juízes, para atletas e treinadores”, acrescenta.
A primeira iniciativa já deu certo. “Tivemos a clínica e palestra Paraequestre com Rodolpho Rodolpho, prata em Tóquio, que contou com número expressivo de participantes. Estabelecemos contato com o pessoal do Para Enduro, estreitando relacionamento e nossa ideia é normatizar a modalidade e trazer para CBH. Também queremos trazer atletas do Para Tambor e Para Rédeas, modalidades bastante expressivas. Mas temos que normatizar as modalidades para que possam ser propagadas pelo país“, explica Claudia.
“Conseguimos fazer, em conjunto com a comissão de juízes e comissários, um novo regulamento, ou seja, o primeiro regulamento Nacional Paraequestre. Os anteriores eram apenas baseados na FEI e como todos sabem precisamos ter um regulamento nacional, mesmo porque nem todos falam inglês. Também estamos traduzindo todos os testes em inglês para o português que serão disponibilizados no portal da CBH. Em resumo, queremos trazer uma série de informações que antes não eram acessíveis: “Para para Todos”.
Claudia Mesquita também coordena a recém criada comissão de juízes do Adestramento que se estende à modalidade no Concurso Completo e Paraequestre. A criação de um manual de comissários/oficiais está em curso com passo a passo para entrar na carreira até chegar a nível FEI. “Vamos oferecer cursos nas três modalidades e uma lista de juízes e oficiais estará à disposição dos comitês organizadores.” Além disso, a padronização do julgamento do Adestramento nas três modalidades está entre as metas. “O Adestramento é Adestramento independente da modalidade. São as mesmas figuras. Queremos ajudar a normatizar o julgamento, tendo como base o regulamento da FEI”, enfatiza Claudia.
CATEGORIAS DE BASE DE ALTO RENDIMENTO
Coordenador: Caio Sérgio de Carvalho
“Estou voltando a ser o coordenador das categorias de base de alto rendimento, um trabalho que começou lá trás na gestão do Luiz Roberto Giugni na presidência da CBH e com Constantino Scampini, diretor das categorias de base”, lembra Caio Sérgio, ex-cavaleiro olímpico e um dos principias treinadores em atividade no Brasil. “É muito bom ver os meninos que começaram no Pré-mirim e hoje estão disputando e vencedor provas da categoria Senior competindo em alto nível, como o André Moura, Thales Marino, Carolina Chade e Paulo Miranda, entre outros”, destaca Caio.
“Vamos voltar a ter seletivas focando no Sul-americano, primeiramente preparado os conjuntos para o Brasileiro e no Brasileiro para o Sul-americano. Voltamos a cobrar uma taxa de inscrição para disputa dessa seletiva que será 100% revertida para os conjuntos que forem formar as equipes. “Estamos levantando os custos do Sul Americano já até a primeira seletiva e assim poder dar confiança aos pais para ver o que estamos fazendo e garantir o futuro do hipismo. Paralelamente, a equipe está trabalhando para buscar patrocínio para os convocados na ida para o Sul-americano”
O novo Circuito da Juventude terá um número reduzido de etapas e acontece junto com as seletivas do Sul-americano para não haver desgaste. “Além do Circuito da Juventude que premia os campeões com clínicas em Wellington com Luiz Francisco Azevedo e Rodrigo Pessoa, também temos o Hermès Young Talent, em que o campeão garante uma clínica com Pedro Veniss.”
ESCOLAS
Diretor: Sergio Marins
O renomado cavaleiro de salto e treinador Sergio Marins está empenhado em promover mudanças no regulamento das Escolas. “Fico feliz com o interesse que para possamos transformar projetos em realidade com uma equipe voltada ao esporte, inclusive com o Alex Titan, diretor de Fomento e Categorias de base”, garante o diretor.
“Nos Campeonatos Brasileiros de Escolas, o tempo ideal é importante para fazer percurso tranquilo e cadencia. Mas a sorte estava prevalecendo, muitas vezes com definição 1 ao 10º lugar dentro da faixa de tempo com um segundo de aproximação. Então a ideia é que até um segundo acima ou abaixo do tempo ideal, o conjunto garanta ouro, com 2 segundos de aproximação, prata e três segundos, bronze”, explica Marins.
“Em Minas Gerais esse modelo já funciona e tivemos um grande aumento de alunos nas provas da Escola. Valorizamos a criança e o resultado, que ela leva para escola, casa, clube e traz os jovens para dentro do esporte. Queremos ter vários vencedores, ao invés de 10, vamos ter 30, 40. A ideia é apresentar o modelo para todos os diretores de escola e federações. Estou à disposição de todos para trazer informações sobre o conceito”, garante o dirigente. “Esse ano, o Campeonato Brasileiro de Escolas, em Minas Gerais, será uma grande festa para toda família. É preciso crescer a base da pirâmide.”
CATEGORIAS DE BASE E FOMENTO
Diretor: Alex Titan
“A minha diretoria acabou se tornando uma grande central de confluência de todas modalidades. Nossa principal atribuição é fazer o mapeamento das Escolas não só na questão dos treinadores, mas das modalidades, e ser o elo entre CBH, Federações e a ponta da linha”, destaca Titan, que tem vasta experiência na área e ensino de equitação.
Desde 2021, Titan vem credenciando e capacitando instrutores com cursos à distância, que já tem fila de espera. “No cenário pós pandemia vamos mexer com computador sim, é nova tendência e facilita a comunicação. Vamos ampliar o curso de certificação de treinadores que vem em uma nova modelagem, fazer um grande workshop de treinadores e oficiais técnicos para que o regulamento chegue a todos, inclusive, simpatizantes”, explica Titan. “No cadastramento da Escolas já tem 19 estados, 21 entidades, 51 munícipios e 64 escolas. Vamos centralizar essa força, trazer as informações para os nossos diretores e ver o que podemos aprimorar e aproveitar.”
Barbara Laffranchi, vice-presidente, com grande know how no ensino à distância, promete contribuir decisivamente na diretoria. “A ideia de construir a educação esportiva através diretoria de base. Queremos criar essa cultura, melhorando a performance dos nossos treinadores, aprimorando os oficiais e juízes. Vamos mostrar que o hipismo pode ser educação. A criança na Escola de Equitação aprimora sua força de vontade, coragem, disciplina, amor pela natureza e respeito pelos animais, melhorando não só o nosso esporte, mas sociedade como um todo”, coloca Barbara.
CAVALOS NOVOS
Diretor: Antonio Celso Fortino
“Aceitei a diretoria de Cavalos Novos com muito carinho e ela tange todas modalidades. Temos muito espaço para crescer”, destaca Fortino, criador, ex-presidente e conselheiro da Associação Brasileira dos Criadores do Cavalo de Hipismo (ABCCH). “Convidei o Gabriel Khoury, atual presidente da ABCCH, a se unir a nós e fazer os trabalhos em conjunto com a CBH e federações. Convidamos também o Ismael Silva, presidente da Associação Brasileira do Puro Sangue Lusitano. Também tenho como assessores os cavaleiros Totty Miranda, da Hípica Paulista, e Denis Gouveia, do Rio Grande do Sul, além do criador Edgar Foroni. Completamos nosso time com o Raul Maura Silva, para contribuir no Adestramento, Marcelo Tosi, no Concurso Completo.”
Ranking Cavalos Novos
O ranking de Cavalos Novos será basicamente disputado em paralelo com os Concursos Senior Top, além dos rankings estaduais, linkados às federações e ABCCH. “Vamos criar novos regulamentos regras e caminhos. Passaremos a valorizar mais os cavalos de 7, 8 anos e resguardaremos os mais jovens. Esse ano o Circuito Nacional de Cavalos Novos será voltado para cavalos de 6, 7 e 8 anos, serão provas limitadas, seguindo os torneios nacionais e internacionais pelo Brasil”, coloca Fortino.
Cavalos de 4 e 5 anos não participam do Circuito de Cavalos Novos e o formato do Campeonato Brasileiro nas categorias tem novidades. “Vamos tirar a disputa de tempo ideal e criar um formato de julgamento subjetivo e objetivo. Serão duas categorias simultâneas: zerou ganhou, se tiver 10 zeros, serão 10 campeões e como em alguns eventos de Escolas e haverá a nota técnica. Teremos o campeão objetivo, subjetivo e supercampeão, que obtiver a melhor soma de pontos nos dois dias. Os cavalos de 4 anos disputarão dois dias de prova no Brasileiro e os de 5 anos, três.”
Premiação – No novo Circuito de Cavalos Novos, cavalos de 7, 8 anos terão substancial aumento de premiação e de seis 6 anos, um pouco menos. “O campeão do ranking de cavalos novos 8 anos vai receber um carro 0 km e o de 7 também. A ABCCH irá premiar os Cavalos Novos em todos os nacionais com R$ 8 mil por etapa e temos outros patrocinadores para fechar”, adianta Fortino.
ENDURO
Diretor: Marcelo Ulsenheimer
Comissão:
Silvio Arrojo dos Santos – Alto Rendimento
Aude Berdouce Machado – Fomento
Dr. Guilherme Ferreira Santos – Intercâmbio e Veterinária
Fernando Halland – Gestão de Patrocínio e Projetos
André Vidiz – Representante dos Atletas
“Fizemos uma apresentação dos números de Enduro e em se tratando de provas FEI, temos o maior número de eventos no Brasil, somos nº 1 dentro da CBH e a segunda modalidade em número de atletas e cavalos registrados”, destaca Marcelo Ulsenheimer. “Eu acredito que meu trabalho se divide em partes. No fomento vamos investir em 20 e 40 km. Também criei uma comissão para trabalhar na atualização de regulamentos nacionais e regionais, trabalhando junto com os diretores de federações. Seis estados fazem Enduro e estamos tentando resgatar dois que fizeram Enduro no passado”, explica Ulsenheimer.
“É preciso aumentar base para gente chegar no alto desempenho, que realmente é muito competitivo. São poucos que fazem provas de 120 e 160km e a gente precisa defender a medalha de prata que tivemos na Itália em 2021”, afirma o dirigente. “Entre 2000 e 2010, o Dr Guilherme desenvolveu um intercâmbio de Young Riders. Vamos retomar isso, ou seja, preparar o jovem para poder competir no alto desempenho. Já está praticamente fechado um intercambio de quatro atletas que vão do Brasil para França e depois quatro franceses também vem competir no Brasil”, adianta Ulsenheimer. “Estamos fazendo um ranking dos Estados e Nacional e teremos premiações especiais, inclusive no ranking de Regularidade e o campeão do ranking FEI e ganhará como com prêmio a ida a prova 1* em Compiegne na França.”
ATRELAGEM
Diretora: Ana Carolina Borja de Almeida
“Desde o início da pandemia não tivemos eventos. Sou apaixonada pela modalidade, que é extremamente elegante e também garante muita adrenalina na parte do cross. Nos anos 70, o príncipe Philip, grande adepto da modalidade, era oficial na FEI e ela cresceu muito na Europa. Aqui no Brasil, o Luiz Roberto Guingi, Betão, então presidente da CBH, ajudou a trazer a modalidade há 10 anos. Fizemos diversos eventos, chegamos a ir com uma equipe para a Europa e Chile. Ultimamente não tivemos mais o apoio que precisamos”, coloca Carolina, grande destaque da modalidade Atrelagem no país e premiada amazona no Salto.
“Acho que temos que fomentar, mas antes disso formar profissionais que não tem no Brasil. A Atrelagem é uma modalidade muito legal e pode ser praticada por quem não monta, mas gosta do esporte, independentemente da idade, mesmo com alguma dificuldade física. Aparentemente é uma modalidade fácil, mas pelo fato não ter profissionais especializados pode ser perigosa. Por isso, queremos formar profissionais, trazendo especialistas de fora, fazendo cursos, clínicas. São Paulo é o polo da atrelagem, mas queremos fazer algo em outros Estados que não tem nenhum apoio e depois voltar às competições e mostrar o esporte para todo o Brasil.”
VOLTEIO
Diretora: Maria Luiza Giugni
“O volteio é uma modalidade menos conhecida, muito diferente. Temos até seis pessoas em uma equipe, três no cavalo”, explica Maria Luiza, a Malu, ex-volteadora e chefe de equipe com vasta experiência. “Queremos formar novos profissionais. Hoje São Paulo é o grande polo da modalidade. Mas já tivemos a experiência de implantar o volteio no Rio de Janeiro e levar a modalidade para os outros Estados”, adianta a dirigente. “Esse ano temos cursos FEI e CBH agendados. Também contamos com uma equipe brasileira de 14 atletas, incluindo equipe Junior, Senior e individuais. No Mundial na Dinamarca, vamos levar uma equipe e três atletas individuais.”
O regulamento que ainda está na versão 2017 será atualizado. “Isso é importante para manter o padrão internacional”, enfatiza Malu. “A ideia é trazer o Volteio e também a Atrelagem para os grandes concursos de Salto e Adestramento e mostrar ao público o que são as modalidades”, complementa Fernando Sperb.
SECRETARIA GERAL
Tatiana Gutierrez
“É um grande desafio, temos muito trabalho conjunto pela frente: esse é o lema dessa gestão. Não trabalho sozinha: temos a toda diretoria, vice, pessoal da parte administrativa. Vamos reunir as ideias e modalidades e trabalhar da melhor forma possível”, destaca Tatiana, comissária de Salto e organizadora do hipismo nos Jogos Olímpicos do Rio e Tóquio.
“Ao aceitar esse desafio, pedi também não ficar muito longe dos oficiais de Salto, de onde eu venho. Então vou tocar junto com nosso diretor técnico Pedro Cordeiro e Alex Titan, de fomento e base, uma estruturação do plano de carreira dos Oficiais de Salto, a exemplo do Adestramento, com coordenação da Claudia Mesquita. Já temos uma comissão de oficiais na CBH eleita. Queremos trazer essa comissão mais para perto para poder trabalhar.”
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Questionado sobre o seu maior desafio, Fernando Sperb destacou: “Temos muita coisa a fazer, queremos que o esporte cresça em todas as modalidades, obter mais medalhas e medalhas que ainda não tivemos. Nós temos um sonho muito grande, estamos todos aqui nos doando literalmente. A vitória de cada um dos cavaleiros e, eu me coloco aqui também como cavaleiro amador, é a nossa conquista. Então nosso maior sonho é garantir vitorias e conquistas para CBH e o Brasil.”
Assista a íntegra da palestra.
Fonte e fotos: CBH