Porque hoje é dia de #tbt vamos relembrar matéria publicada na edição 09 da Revista O Trotador, em novembro de 2016, trazendo o perfil do criador Luís Gustavo Corradine, mais conhecido como Mamão. Confira!**
Com quase 30 anos de envolvimento no meio, Luís Gustavo Corradine, ou simplesmente Mamão como todos o conhecem, afirma que se apaixonou pelo trote assim que adquiriu seu primeiro animal, em 87, na sequência decidiu iniciar criação e desde então não parou mais, com muitos produtos nascidos e dentre os destaques cita o Nitrato e, mais recentemente, o Garoto Selvagem, campeão do último GP Nacional de 3 anos.
Desde criança Mamão teve cavalos e, como sempre gostou de charrete para fazer romarias e passeios, foi procurar na Sociedade Paulista de Trote, ainda na Vila Guilherme, um cavalo mais rápido. Chegando lá já adquiriu um animal de corrida, chamado Top Plus, sendo o primeiro passo para uma paixão que só aumentou a partir de então.
“Este cavalo só aumentou a paixão. Fiquei algum tempo com ele, adquiri outros e logo o troquei por uma égua de trote, que marca o início da minha criação. Nunca fui jóquei, apenas gosto da criação e das corridas, como meus cavalos ficavam na Vila Guilherme, às vezes, eu ficava três meses sem ir até lá, mesmo com meus cavalos correndo e terça e sexta, toda semana”, disse o criador.
Iniciando a criação, Mamão começou a comprar mais éguas e chegou a ter 10 matrizes. Hoje possui cinco somente, mas independente do número nunca deixou de criar. “Tenho um garanhão, o Paris, que está comigo há muito tempo. Ele já vai fazer 22 anos e são muitos os seus produtos, sendo que ele ainda continua na reprodução. Agora, com a chegada dos importados, estou usando mais eles, sempre em busca de genética.
“São muitos produtos nestes anos todos, para citar alguns destaques da minha criação tem o Nitrato que foi campeão do 1º GP de Piracaia, e o Garoto Selvagem no ano passado. A procura por produtos sempre acontece, e eu vou vendendo porque não dá para ficar com tudo. O tordilho Garoto Selvagem eu até separei para mim por causa da pelagem. Criei dois tordilhos um morreu e ficou este, mas por fim acabei vendendo e deu um bom animal. Se fosse égua eu teria ficado para se tornar matriz. Cavalo a gente acaba passando para a frente. Também teve o Falcon que foi muito bom, era muito sincero para correr e uma potra chamada Ingra, além da mãe do Garoto Selvagem, a Butter, que era muito boa e foi criação minha”, continuou.
Apesar de atualmente estar sem animais prontos para a pista, pois vendeu tudo, Mamão conta que deseja tê-los, mas agora vai ter que esperar a nova safra de potros que está chegando. “Tenho alguns nascidos agora e vai demorar pelo menos um ano e meio para começar a mexer. Na verdade, não faço nenhum tipo de reserva para mim, o que fica eu coloco para correr, mas sempre procuramos genética. Nascidos este ano já temos um filho do OK Commander, um do Paris, outro do Mystery Photo e o outro que está para nascer também do Mystery. Sempre gostei mais de trotador, mas na ocasião acaba sendo mais marchador, pois comecei a ir muito para Argentina e lá a oferta é só de marchador, muito raramente aparecia um trotador no meio”.
Na opinião do Mamão, o brasileiro sempre foi muito acomodado indo buscar animais prontos na Argentina, mas com o investimento que criadores estão fazendo na importação de animais americanos nos últimos anos, ele acredita que cada vez mais vai melhorar aqui. “Na verdade, temos que ter mais pistas, mais treinadores, mais gente criando, enfim, o mercado que envolve tudo isto tem que crescer. Acho que uma hora a gente vai chegar lá, temos uma caminhada ainda, pois estamos nas primeiras gerações destes garanhões, demora alguns anos ainda”.
Afirmando não ter sonhos a realizar, pois não cria mais expectativas em cima dos produtos nascidos, Mamão é um criador realizado. “Não almejo muitas coisas, não gosto de ficar na ansiedade do que vai dar e acho melhor assim. Quando era mais jovem eu sofria muito, agora sei esperar e ver o que dá. O tempo fala o que o cavalo vai ser. Acho que ninguém pode se iludir com cavalos. Gosto de criar, ter os potros e me realizo assim, independente do que eles resultem. Cavalo de trote é o que eu gosto de mexer e enquanto eu conseguir vou continuar criando. Se deixasse para minha filha, ela vendia tudo e colocava árabe no lugar. Mas eu não, minha paixão é o trote!”
**matéria publicada em novembro de 2016, sem atualizações