O uso da Ozonioterapia na Medicina Veterinária tem se transformado em uma novidade terapêutica, de baixo custo, ambientalmente correta e com ótimos resultados.
No Brasil, a partir dos anos 90, iniciaram-se as primeiras experiências nessa área e atualmente está se popularizando, com o advento de cursos e facilitação na aquisição dos materiais usados. A técnica, nada mais é do que a utilização do gás Ozônio como agente terapêutico, promovendo a oxidação do local afetado, eliminando a contaminação por microorganismos, promovendo analgesia e efeito anti-inflamatório.
Para se obter o gás Ozônio se faz o uso de Geradores de Ozônio, que são aparelhos que captam a molécula de oxigênio e através de descargas elétricas promovem uma reorganização das moléculas transformando o oxigênio (O2) em ozônio (O3). Por ser uma molécula instável, tem uma vida média de 40 minutos a uma temperatura de 20 graus, é necessário a presença do gerador no local da aplicação. Essa condição, em contrapartida, se torna benéfica, pois ao ser liberado no meio ambiente, não causa nenhum tipo de resíduo ambiental.
Caso Clínico
No caso em questão, temos um potro de 10 dias com lesão severa de córnea, provavelmente por perfuração com galhos de árvores presentes no piquete em que estava com a mãe. No primeiro atendimento foi feito limpeza com soro fisiológico, aplicação total de colírios anti-inflamatório e antibióticos (sem cortisona), além de medicação similar via injetável.
O prognóstico era reservadíssimo, com risco inclusive de enucleação, caso não conseguíssemos salvar o globo ocular. A partir do terceiro dia, foi iniciado a aplicação local de óleo de girassol ozonizado diluído meio a meio com soro fisiológico, sendo 2 gotas duas a três vezes por dia.
A partir do sétimo dia, houve uma reorganização da ferida que evoluiu muito bem para um resultado que nos surpreendeu. Em 30 dias, o animal recuperou grande parte da visão naquele olho e que atualmente apresenta apenas a cicatriz na córnea, no local onde foi a perfuração.
CONCLUSÃO
A Ozonioterapia tem se tornado uma ferramente terapêutica importante na Medicina Veterinária equina, que além do caso citado acima, tem-se resultados favoráveis nos quadros de laminites (aguamento), feridas contaminadas, habronemoses, pitose, afecções ortopédicas, recuperação esportiva, cicatrização e, inclusive, fraturas. Desta forma, é importantíssimo que ela seja aplicada por um Médico Veterinário capacitado, que irá determinar a forma de aplicação, dosagem, segundo a condição de cada animal.
Colaboração: Estanislau Steck, Steckvet Clínica Veterinária, CRMV SP 5335