#tbt Thiego Martins: foco e paixão no treinamento de potros

Nosso #tbt de hoje traz o perfil do treinador publicado na edição 09 da Revista O Trotador, contando a história do titular do Stud T Martins, Thiego Martins. Vamos relembrar?

“Treinador profissional há nove anos, Thiego Martins é mais um apaixonado pelo cavalo trotador. Com uma preferência maior pelo trabalho de iniciação de potros, ele não liga se para a função é necessária dedicação total, pois a satisfação em acompanhar a evolução e os resultados dos animais desde o início supera qualquer adversidade.

A chegada de Thiego ao mundo do cavalo trotador aconteceu através de um primo que o chamou para assistir uma corrida. Como sempre teve cavalos e já era um apaixonado pelos animais, desde então começou a pegar gosto pelo trote. Natural de Jarinu, ele morava próximo ao Espaço San Marino, local que frequentava para ter mais contato com as corridas. Até então trabalhava numa empresa e nunca imaginaria deixar tudo para trabalhar com cavalos.

“Eu tinha cavalos por lazer mas quando me chamaram para trabalhar no San Marino, não pensei duas vezes, pedi demissão da empresa que trabalhava para me dedicar aos animais, treinando e correndo. Foi o Alberto Perez, Batata, que me convidou e posso dizer que aprendi muito com ele. A princípio, ele me chamou para cuidar dos cavalos, mas como viu que eu sabia mexer, passou a me instruir, comecei a mexer e fui ganhando experiência. As oportunidades foram acontecendo e hoje estou aqui vivendo do cavalo”, disse o treinador.

Passou algum tempo e o San Marino fechou. Thiego então parou de mexer com os cavalos, já que os animais que treinava foram para Campinas e ficava muito distante para ele que ainda era muito jovem. “Voltei a trabalha em empresa, deixei os cavalos de lado por três anos, perdi o contato com todos e me desliguei totalmente justamente para não ter vontade de voltar e não poder. O único que mantive contato foi o Mário Vicensio, por ser vizinho. Ele falava que estava para sair um projeto em Piracaia e que, se acontecesse, eu iria trabalhar para ele. Ainda trabalhando na empresa eu comecei a mexer com um potrinho do Haras, que era o ArtsBlack e assim que aconteceu a inauguração da Sociedade Paulista de Trote, ele me chamou para trabalhar com ele. Foi nesta hora que a paixão falou mais alto e voltei a me dedicar totalmente aos cavalos”, relembra.

Foco nos potros

Desde que chegou à SPT para treinar os animais do Haras Vicensio o foco do trabalho de Thiego foi nos potros. Diferente de outros treinadores que gostam de pegar apenas cavalos prontos para treinar, já em alta performance, Thiego prefere a iniciação dos animais e é o que mais gosta de fazer até hoje.

“Eles são como crianças, têm que aprender a fazer tudo e nós precisamos ter a paciência em ensiná-los. Tenho facilidade de trabalhar potros, gosto de ensinar e acabei me voltando para este mercado por causa do Mário que é criador. Ele cria, a gente treina e coloca para correr. Potro é paciência e por isto, sempre que chega um cliente já aviso para não ter pressa, porque não depende do meu trabalho apenas e sim da resposta dos animais que é variável de potro para potro. Todo cavalo tem sua categoria e para saber se está surgindo um craque depende muito, pois uns mostram mais rápidos outros não. Para o ano que vem já sabemos aqui que pintou um craque, isto porque é um potro que aceita todo o trabalho muito fácil, sem dizer a sua excelente genealogia, pois, sem dúvidas, o sangue é o fundamental”, disse Thiego.

MV ArtsBlack é o grande orgulho de Thiego. “Eu o vi nascer, acompanho desde potrinho e foi o primeiro a correr em alto nível. Desde cedo ele mostrou que seria um craque, sendo que ainda é muito novo, tem apenas quatro anos e está se tornando adulto agora, correndo com animais de 7 e 8 anos. Foi com ele que comecei oficialmente a trabalhar no Haras Vicensio e que me proporcionou o momento mais marcante da minha carreira até aqui como treinador que foi conseguir leva-lo em seu primeiro ano para a Final da Copa dos Campeões, ficando na 4ª posição. Também tem a SharkGrey, o Lance Ideal, a Arts Paty, todos começaram aqui e são marcantes”.

Hoje Thiego é um treinador independente que tem o Haras Vicensio como cliente, além do Haras Expresso, o Marcos Tamiso e o Ricardo Nabas. Dos 13 animais que treina, somente dois são adultos. “Meu foco é o criador, pois o interessante de iniciar o potro é você fazer toda sua história e campanha nas pistas”, ressaltou.

Dedicado, o treinador afirma que o trabalho para um potro tem que ser ainda maior, mas por ser a sua paixão, não se importa em estar 24 horas por dia ligado a eles. “Antes, quando trabalhava numa empresa, se passasse cinco minutos do meu horário eu já ficava louco, aqui não tenho horário, são 24 horas por dia e amo o que faço. Passo a noite se precisar. Quando viajo, não consigo ficar mais do que quatro dias longe, quero voltar, pois a preocupação é grande”.

Outro animal que recentemente marca o trabalho de Thiego é o potro SpyNil, de criação do Mário Vicensio e propriedade do Rancho do Pai. Um cavalo que a princípio era muito difícil e desde que começou a mexer foi acertando junto ao Edison Zeni, jóquei que o apresenta, estando hoje com seis carreiras invicto na categoria 4ª 10 já. Agora a preparação dele é para o Nacional de 3 anos.

Em termos de cavalo trotador, o Dante Ball é o xodó do treinador, pois pegou ele desde pequeno e o levou a correr entre os tops hoje, brigando entre os melhores do Brasil. “Não gosto de pegar animal que já foi mexido, meu trabalho vai desde amansar até o treinamento em si”.

Dentre os sonhos a realizar o treinador quer ver o trote dando certo no Brasil, crescendo cada vez mais. “Também sonho ver corridas com animais de alto nível criados aqui, sem a necessidade de importação de cavalos prontos. Acho que isto é o sonho maior do que ir para os Estados Unidos, também uma de minhas metas em busca de mais experiência profissional”, finaliza