Orientações básicas para o manejo do seu equídeo

Sei que as sugestões abaixo citadas, para muitos, serão redundantes, pois já ouviram ou leram em outras ocasiões porém, para alguns serão novidades ou uma outra forma de ver sobre o manejo equídeo.        

Criar ou manter um equídeo em boas condições não é uma tarefa difícil, desde que se respeitem algumas normas básicas e que se tomem alguns cuidados como:

  1. Fornecer volumoso (feno, gramíneas verde, etc.) à vontade, sempre fresco e de boa qualidade.
  2. Evitar fornecer alimentos que tenham um alto grau de fermentação no trato digestivo (ex.: cana de açúcar, silagem de milho) principalmente para animais que ficam encocheirados.
  3. Deixar água limpa e fresca a vontade, durante todo o dia.
  4. Fornecer ração balanceada de boa qualidade (firmas idôneas) e em quantidades e horários constantes.
  5. Fornecer ração individualmente para cada animal, evitando brigas e que os animais mais afoitos comam a ração dos demais.
  6. Não misturar ração com volumoso. Fornecer separadamente. Cada um tem um tempo e um local para ser digerido.
  7. Fornecer ração adequada a cada categoria em que o animal se encontra (Ex.: manutenção, égua prenhe, égua com potro ao pé, potros desmamados, esporte, etc.)
  8. Dividir o trato de ração em pelo menos duas vezes ao dia (cedo e a tarde).
  9. Evitar fornecer mais de 2kg de ração por trato para animal adulto.
  10. É preferível fornecer um menor volume de uma boa ração, do que um grande volume de uma ração “fraca”.
  11. Fornecer sempre a ração em recipientes adequados (limpos e sem pontas evitando ferir o animal).
  12. Verificar se há restos de alimentos nos cochos, antes de colocar um novo trato.
  13. Ficar atento aos animais que jogam ração ou capim picado no chão para comer depois, pois isso pode fazer com que o animal ingira areia junto com o alimento.
  14. Nunca trocar de ração repentinamente, pois poderá causar transtorno digestivo (síndrome cólica). Fazer a mudança gradativamente para que o animal se adapte ao novo alimento.
  15. Armazenar os alimentos (ração e feno) em local seco e arejado para preservar a sua qualidade.
  16. Verificar a validade dos alimentos quando adquiri-los.
  17. Evitar fazer formulações “mágicas” de ração ou acreditar em rações milagrosas.
  18. Proteger os alimentos dos ataques de roedores, aves e pássaros, guardando-os em locais apropriados.
  19. Nunca trabalhar o animal após ter fornecido a ração. Aguardar pelo menos uma hora e meia, para que possam ser realizadas as primeiras etapas da digestão gástrica.
  20. Deixar sal grosso e sal mineral a disposição do animal, afim de que ele ingira o quanto necessitar.
  21. Para as éguas com potro ao pé, deve ser utilizado o creeper para alimentar os potrinhos, melhorando a nutrição e facilitando a desmama.
  22. Não esquecer que o barato pode sair caro, quando se trata da qualidade da ração.
  23. Vermifugar periodicamente todos os animais e de todas as idades. Se possível, fazer exame de fezes para saber qual tipo de verme está parasitando o animal (em média, a vermifugação é realizada em intervalos de 60 a 90 dias). Não esquecer de trocar periodicamente a base do vermífugo.
  24. Verificar periodicamente a dentição, detectando pontas de dentes ou qualquer outra alteração.
  25. Verificar as fezes periodicamente, observando a quantidade, odor, tamanho e consistência.
  26. Vacinar anualmente o equídeo contra Raiva, Garrotilho, Tétano, Influenza, Leptospirose Herpes Vírus e Encefalomielite Equina.
  27. Rasquear e escovar diariamente todo o animal, pois desta forma é possível verificar a existência de alguma alteração no corpo do animal (como um ferimento), retirando os pelos velhos e possíveis ectoparasitas.
  28. Controlar os ectoparasitas.
  29. Não cortar os pelos internos da orelha, pois eles formam uma barreira de proteção contra umidade, poeira, moscas, mosquitos, etc.
  30. Evitar aparar os pelos dos boletos, pois estes funcionam como dreno da água que escorre do corpo do animal, evitando que asse o machinho.
  31. Procurar não cortar muito curto o pêlo do rabo do animal, para não dificultar sua defesa aos insetos voadores.
  32. Evitar que entre água no ouvido do animal quando estiver dando banho.
  33. Casquear e ferrar (se necessário) o animal, a cada 40 dias no máximo. Procurar trabalhar com ferreiros profissionais e não com “práticos”, pois um casqueamento mal feito vai prejudicar toda a estrutura do animal.
  34. Limpar regularmente a sola do casco do animal, verificando possíveis ferimentos ou podridão de sola e ranilha.
  35. Caso o animal fique em cocheira, verificar que esta seja clara, arejada e seca.
  36. Evitar colocar cochos de ração/água com cantos vivos ou obstáculos no interior das cocheiras.
  37. É interessante que os animais tenham contato ou possam se ver quando estiverem na cocheira, pois os equídeos gostam de viver “socialmente”.
  38. Limpar diariamente a cocheira, retirando as fezes e urina.
  39. Dar um destino correto a cama suja e ao esterco que é retirado das baias, colocando-os em esterqueiras, pois desta forma estará minimizando a procriação das moscas e os vermes do trato digestivo.
  40. Não jogar o esterco nos piquetes/capineiras sem antes passar por um processo de fermentação/ decomposição.
  41. Utilizar uma forração para fazer a “cama” do animal que seja inodora, sem poeira e macia para que este possa deitar e descansar durante a noite.
  42. Nunca deixe a forração da cama baixa, pois causará escoriações no animal. (principalmente nos curvilhões).
  43. Utilizar cocheira somente se for necessário, caso contrário, deixe o animal solto em piquete, pois é muito mais saudável.
  44. Soltar diariamente o animal para que ele possa brincar, correr, tomar sol e pastar livremente.
  45. Caso seja impossível soltar o animal, trabalhe-o regularmente.
  46. Procurar agrupar os animais nos piquetes, por categoria (éguas vazias, éguas com potro ao pé, potros desmamados, potros sobre ano).
  47. Toda vez que for trabalhar o animal, respeitar os limites do equídeo, realizando um exercício gradativo e programado. Peça a orientação de um profissional caso necessite trabalhar forte com o animal.
  48. Sempre, depois de ter trabalhado o animal, fazer com que ele caminhe lentamente, para voltar aos batimentos cardíacos e respiratórios ao normal.
  49. Procurar banhar o animal, após o trabalho ou quando voltar do piquete muito sujo, antes de colocar na cocheira. Caso não seja possível lavá-lo por inteiro, faça pelo menos uma ducha nos membros.
  50. Jamais utilize material para equitação, que possa de alguma forma ferir ou traumatizar o animal.
  51. Manter o material equestre sempre limpo e macio.
  52. Toda vez que notar algo estranho com o equídeo, não espere que o problema se resolva sozinho, pois um pequeno problema pode se agravar.
  53. Nunca medique ou faça algum procedimento com seu animal sem antes consultar a opinião de um profissional da área.
  54. Tenha sempre uma “farmacinha” para eventuais emergências, pois nunca se sabe quando irá precisar de uma medicação.
  55. Procurar separar o que é crendice do que é realidade.
  56. Corrigir o animal, toda vez que ele fizer algo errado, para ele saber o que pode e o que não pode fazer.
  57. Procurar dar carinho e educação ao animal, pois é desta forma que ele irá ter confiança e respeito por você.

Com esses procedimentos fundamentais, você possibilitará ao seu animal, uma vida mais saudável e natural.

Colaboração de: José Antônio Frigeri, médico veterinário autônomo, fone: (11) 99989-1788 e e-mail: jfrigeri@gmail.com