Sei que as sugestões abaixo citadas, para muitos, serão redundantes, pois já ouviram ou leram em outras ocasiões porém, para alguns serão novidades ou uma outra forma de ver sobre o manejo equídeo.
Criar ou manter um equídeo em boas condições não é uma tarefa difícil, desde que se respeitem algumas normas básicas e que se tomem alguns cuidados como:
- Fornecer volumoso (feno, gramíneas verde, etc.) à vontade, sempre fresco e de boa qualidade.
- Evitar fornecer alimentos que tenham um alto grau de fermentação no trato digestivo (ex.: cana de açúcar, silagem de milho) principalmente para animais que ficam encocheirados.
- Deixar água limpa e fresca a vontade, durante todo o dia.
- Fornecer ração balanceada de boa qualidade (firmas idôneas) e em quantidades e horários constantes.
- Fornecer ração individualmente para cada animal, evitando brigas e que os animais mais afoitos comam a ração dos demais.
- Não misturar ração com volumoso. Fornecer separadamente. Cada um tem um tempo e um local para ser digerido.
- Fornecer ração adequada a cada categoria em que o animal se encontra (Ex.: manutenção, égua prenhe, égua com potro ao pé, potros desmamados, esporte, etc.)
- Dividir o trato de ração em pelo menos duas vezes ao dia (cedo e a tarde).
- Evitar fornecer mais de 2kg de ração por trato para animal adulto.
- É preferível fornecer um menor volume de uma boa ração, do que um grande volume de uma ração “fraca”.
- Fornecer sempre a ração em recipientes adequados (limpos e sem pontas evitando ferir o animal).
- Verificar se há restos de alimentos nos cochos, antes de colocar um novo trato.
- Ficar atento aos animais que jogam ração ou capim picado no chão para comer depois, pois isso pode fazer com que o animal ingira areia junto com o alimento.
- Nunca trocar de ração repentinamente, pois poderá causar transtorno digestivo (síndrome cólica). Fazer a mudança gradativamente para que o animal se adapte ao novo alimento.
- Armazenar os alimentos (ração e feno) em local seco e arejado para preservar a sua qualidade.
- Verificar a validade dos alimentos quando adquiri-los.
- Evitar fazer formulações “mágicas” de ração ou acreditar em rações milagrosas.
- Proteger os alimentos dos ataques de roedores, aves e pássaros, guardando-os em locais apropriados.
- Nunca trabalhar o animal após ter fornecido a ração. Aguardar pelo menos uma hora e meia, para que possam ser realizadas as primeiras etapas da digestão gástrica.
- Deixar sal grosso e sal mineral a disposição do animal, afim de que ele ingira o quanto necessitar.
- Para as éguas com potro ao pé, deve ser utilizado o creeper para alimentar os potrinhos, melhorando a nutrição e facilitando a desmama.
- Não esquecer que o barato pode sair caro, quando se trata da qualidade da ração.
- Vermifugar periodicamente todos os animais e de todas as idades. Se possível, fazer exame de fezes para saber qual tipo de verme está parasitando o animal (em média, a vermifugação é realizada em intervalos de 60 a 90 dias). Não esquecer de trocar periodicamente a base do vermífugo.
- Verificar periodicamente a dentição, detectando pontas de dentes ou qualquer outra alteração.
- Verificar as fezes periodicamente, observando a quantidade, odor, tamanho e consistência.
- Vacinar anualmente o equídeo contra Raiva, Garrotilho, Tétano, Influenza, Leptospirose Herpes Vírus e Encefalomielite Equina.
- Rasquear e escovar diariamente todo o animal, pois desta forma é possível verificar a existência de alguma alteração no corpo do animal (como um ferimento), retirando os pelos velhos e possíveis ectoparasitas.
- Controlar os ectoparasitas.
- Não cortar os pelos internos da orelha, pois eles formam uma barreira de proteção contra umidade, poeira, moscas, mosquitos, etc.
- Evitar aparar os pelos dos boletos, pois estes funcionam como dreno da água que escorre do corpo do animal, evitando que asse o machinho.
- Procurar não cortar muito curto o pêlo do rabo do animal, para não dificultar sua defesa aos insetos voadores.
- Evitar que entre água no ouvido do animal quando estiver dando banho.
- Casquear e ferrar (se necessário) o animal, a cada 40 dias no máximo. Procurar trabalhar com ferreiros profissionais e não com “práticos”, pois um casqueamento mal feito vai prejudicar toda a estrutura do animal.
- Limpar regularmente a sola do casco do animal, verificando possíveis ferimentos ou podridão de sola e ranilha.
- Caso o animal fique em cocheira, verificar que esta seja clara, arejada e seca.
- Evitar colocar cochos de ração/água com cantos vivos ou obstáculos no interior das cocheiras.
- É interessante que os animais tenham contato ou possam se ver quando estiverem na cocheira, pois os equídeos gostam de viver “socialmente”.
- Limpar diariamente a cocheira, retirando as fezes e urina.
- Dar um destino correto a cama suja e ao esterco que é retirado das baias, colocando-os em esterqueiras, pois desta forma estará minimizando a procriação das moscas e os vermes do trato digestivo.
- Não jogar o esterco nos piquetes/capineiras sem antes passar por um processo de fermentação/ decomposição.
- Utilizar uma forração para fazer a “cama” do animal que seja inodora, sem poeira e macia para que este possa deitar e descansar durante a noite.
- Nunca deixe a forração da cama baixa, pois causará escoriações no animal. (principalmente nos curvilhões).
- Utilizar cocheira somente se for necessário, caso contrário, deixe o animal solto em piquete, pois é muito mais saudável.
- Soltar diariamente o animal para que ele possa brincar, correr, tomar sol e pastar livremente.
- Caso seja impossível soltar o animal, trabalhe-o regularmente.
- Procurar agrupar os animais nos piquetes, por categoria (éguas vazias, éguas com potro ao pé, potros desmamados, potros sobre ano).
- Toda vez que for trabalhar o animal, respeitar os limites do equídeo, realizando um exercício gradativo e programado. Peça a orientação de um profissional caso necessite trabalhar forte com o animal.
- Sempre, depois de ter trabalhado o animal, fazer com que ele caminhe lentamente, para voltar aos batimentos cardíacos e respiratórios ao normal.
- Procurar banhar o animal, após o trabalho ou quando voltar do piquete muito sujo, antes de colocar na cocheira. Caso não seja possível lavá-lo por inteiro, faça pelo menos uma ducha nos membros.
- Jamais utilize material para equitação, que possa de alguma forma ferir ou traumatizar o animal.
- Manter o material equestre sempre limpo e macio.
- Toda vez que notar algo estranho com o equídeo, não espere que o problema se resolva sozinho, pois um pequeno problema pode se agravar.
- Nunca medique ou faça algum procedimento com seu animal sem antes consultar a opinião de um profissional da área.
- Tenha sempre uma “farmacinha” para eventuais emergências, pois nunca se sabe quando irá precisar de uma medicação.
- Procurar separar o que é crendice do que é realidade.
- Corrigir o animal, toda vez que ele fizer algo errado, para ele saber o que pode e o que não pode fazer.
- Procurar dar carinho e educação ao animal, pois é desta forma que ele irá ter confiança e respeito por você.
Com esses procedimentos fundamentais, você possibilitará ao seu animal, uma vida mais saudável e natural.
Colaboração de: José Antônio Frigeri, médico veterinário autônomo, fone: (11) 99989-1788 e e-mail: jfrigeri@gmail.com