#tbt Du Bianchi, realização na arte de preparar campeões

Nosso #tbt de hoje traz matéria publicada na edição 06 da Revista O Trotador, publicada em novembro de 2015, contando a história do ferrageador Eduardo Bianchi, que estava há pouco tempo estreando como treinador nas pistas do cavalo trotador. Ele conta como começou e fala sobre seu sonho de trabalhar e e correr nos Estados Unidos, hoje realizado. Confira!

“Apesar da trajetória ainda recente como treinador profissional, Eduardo Bianchi tem uma grande experiência na área, pois vive o cavalo trotador desde muito criança, seguindo os passos do pai Gerson Bianchi, o famoso Magrão. E o trabalho vem sendo reconhecido com títulos nas pistas!

                Herdando a paixão pelo cavalo american trotter do pai, Du Bianchi conta que desde criança é envolvido com o meio. Aos 17 anos de idade era aprendiz na Sociedade Paulista de Trote, ainda na Vila Guilherme, e de lá para cá não parou mais. No início conciliou o trabalho de ferrador junto ao convívio e manejo dos trotadores e, há três anos, criou o Stud Bianchi, para se dedicar exclusivamente ao treinamento de animais.

                “Comecei com o Stud no Espaço San Marino, onde tinha minhas cocheiras e recebia animais para treinamento. Na sequência, fiz uma parceria com o Haras Loureiro, que foi um grande divisor na minha carreira. Eles começaram a enviar mais animais e comecei a fazer meu nome, tendo mais cavalos para trabalhar. Tudo começou a fluir melhor e vem numa crescente até aqui”, relembra o treinador.

                Há pouco mais de um mês o Stud Bianchi está em novo local, com uma ala de cocheiras na Sociedade Paulista de Trote. Com 19 animais em treinamento, Du afirma que é o número limite para dar conta do trabalho com a equipe e espaço que possui. “Hoje somos procurados por muitos proprietários para o treinamento de seus animais, mas como a dedicação tem que ser 24 horas por dia, 7 dias por semana, é impossível ampliar este número”.

                O reconhecimento ao trabalho veio com as muitas vitórias em pista. Elas são superiores a 80 nos mais diversos tipos de páreos, sendo todos muito importantes na carreira do treinador, sejam elas Grande Prêmios, Clássicos, páreos regulares ou até mesmo os chamados ‘mano a mano’, que já lhe garantiram grande premiação em dinheiro.

                Um cavalo que impulsionou Du Bianchi a se tornar treinador foi o Tamaral, bicampeão em anos consecutivos da Copa dos Campeões. “O Tamaral foi o animal que marcou e, por incrível que pareça, há 15 dias ele voltou para o Stud. Hoje com 13 anos eu o vejo da mesma forma de quando tinha 6, é um cavalo incrível”, conta.

                Mais recentemente, outro animal domado e treinado por Du Bianchi que lhe proporcionou a conquista de clássicos e dos Nacionais de 2 e 3 anos foi o Bullet. “O melhor do Bullet é que ele nunca foi favorito nas carreiras, mas sempre chegou à frente e isto nos dá uma satisfação ainda maior. Graças a Deus posso afirmar hoje que possuo alguns dos melhores animais aqui comigo para treinamento, como o Mistico, o Cencerro, enfim, são vários de destaque, que mostram resultados nas pistas”.

                Eduardo ressalta que hoje a mão de obra é escassa e com o investimento dos criadores na produção nacional, a tendência é o mercado ficar ainda mais difícil. “A dedicação de um treinador tem que ser 100% para o animal, e não são muitas as pessoas dispostas a isto. Tem que ser um apaixonado pelo trote para poder ser treinador, pois, somente pelo dinheiro, não tem quem fique no meio. É diferente do cara que tem o cavalo por hobby, eu dependo de resultados. Acredito que estamos engatinhando ainda e que daqui uns três anos seja possível não darmos conta de tantos animais para treinamento, com a grande produção que vemos hoje. O investimento em genética é grande, mas o cavalo não nasce correndo, precisa de um profissional que o faça demonstrar sua capacidade. Pela demanda de potros que está para nascer, é possível não termos treinadores suficientes para trabalha-los”, afirma.

                Através da globalização oferecida pelas redes sociais, Du Bianchi afirma que faz muitos contatos com jóqueis e treinadores americanos e de outras partes do mundo. Há alguns meses teve o seu perfil publicado em um site australiano (harnessnews.com.au) sendo o primeiro brasileiro divulgado por lá. “Pelo facebook a gente faz ótimos contatos e como sempre procuro me aperfeiçoar, corro atrás de informações. Não posso deixar de falar do amigo James Shanagher, treinador americano, que esteve no Brasil já algumas vezes e que se tornou amigo, sempre que tenho dúvidas, recorro a ele, pra me ajudar”.

                Fazendo questão de ressaltar a presença do pai Magrão sempre que possível junto ao Stud, Du Bianchi afirma que o seu sonho é trabalhar e correr nos Estados Unidos. “Não será agora, mas é uma meta futura, trabalhar onde estão os melhores!”, finaliza.”