Nosso #tbt de hoje convida todos a relembrar a história do treinador e ferrageador Eduardo Bianchi, publicada na edição 06 da Revista O Trotador. Profissional que hoje faz carreira no mundo do cavalo Standardbred nos Estados Unidos.
“Apesar da trajetória ainda recente como treinador profissional, Eduardo Bianchi tem uma grande experiência na área, pois vive o cavalo trotador desde muito criança, seguindo os passos do pai Gerson Bianchi, o famoso Magrão. E o trabalho vem sendo reconhecido com títulos nas pistas!
Herdando a paixão pelo cavalo american trotter do pai, Du Bianchi conta que desde criança é envolvido com o meio. Aos 17 anos de idade era aprendiz na Sociedade Paulista de Trote, ainda na Vila Guilherme, e de lá para cá não parou mais. No início conciliou o trabalho de ferrador junto ao convívio e manejo dos trotadores e, há três anos, criou o Stud Bianchi, para se dedicar exclusivamente ao treinamento de animais.
“Comecei com o Stud no Espaço San Marino, onde tinha minhas cocheiras e recebia animais para treinamento. Na sequência, fiz uma parceria com o Haras Loureiro, que foi um grande divisor na minha carreira. Eles começaram a enviar mais animais e comecei a fazer meu nome, tendo mais cavalos para trabalhar. Tudo começou a fluir melhor e vem numa crescente até aqui”, relembra o treinador.
Há pouco mais de um mês o Stud Bianchi está em novo local, com uma ala de cocheiras na Sociedade Paulista de Trote. Com 19 animais em treinamento, Du afirma que é o número limite para dar conta do trabalho com a equipe e espaço que possui. “Hoje somos procurados por muitos proprietários para o treinamento de seus animais, mas como a dedicação tem que ser 24 horas por dia, 7 dias por semana, é impossível ampliar este número”.
O reconhecimento ao trabalho veio com as muitas vitórias em pista. Elas são superiores a 80 nos mais diversos tipos de páreos, sendo todos muito importantes na carreira do treinador, sejam elas Grande Prêmios, Clássicos, páreos regulares ou até mesmo os chamados ‘mano a mano’, que já lhe garantiram grande premiação em dinheiro.
Um cavalo que impulsionou Du Bianchi a se tornar treinador foi o Tamaral, bicampeão em anos consecutivos da Copa dos Campeões. “O Tamaral foi o animal que marcou e, por incrível que pareça, há 15 dias ele voltou para o Stud. Hoje com 13 anos eu o vejo da mesma forma de quando tinha 6, é um cavalo incrível”, conta.
Mais recentemente, outro animal domado e treinado por Du Bianchi que lhe proporcionou a conquista de clássicos e dos Nacionais de 2 e 3 anos foi o Bullet. “O melhor do Bullet é que ele nunca foi favorito nas carreiras, mas sempre chegou à frente e isto nos dá uma satisfação ainda maior. Graças a Deus posso afirmar hoje que possuo alguns dos melhores animais aqui comigo para treinamento, como o Mistico, o Cencerro, enfim, são vários de destaque, que mostram resultados nas pistas”.
Eduardo ressalta que hoje a mão de obra é escassa e com o investimento dos criadores na produção nacional, a tendência é o mercado ficar ainda mais difícil. “A dedicação de um treinador tem que ser 100% para o animal, e não são muitas as pessoas dispostas a isto. Tem que ser um apaixonado pelo trote para poder ser treinador, pois, somente pelo dinheiro, não tem quem fique no meio. É diferente do cara que tem o cavalo por hobby, eu dependo de resultados. Acredito que estamos engatinhando ainda e que daqui uns três anos seja possível não darmos conta de tantos animais para treinamento, com a grande produção que vemos hoje. O investimento em genética é grande, mas o cavalo não nasce correndo, precisa de um profissional que o faça demonstrar sua capacidade. Pela demanda de potros que está para nascer, é possível não termos treinadores suficientes para trabalha-los”, afirma.
Através da globalização oferecida pelas redes sociais, Du Bianchi afirma que faz muitos contatos com jóqueis e treinadores americanos e de outras partes do mundo. Há alguns meses teve o seu perfil publicado em um site australiano (harnessnews.com.au) sendo o primeiro brasileiro divulgado por lá. “Pelo facebook a gente faz ótimos contatos e como sempre procuro me aperfeiçoar, corro atrás de informações. Não posso deixar de falar do amigo James Shanagher, treinador americano, que esteve no Brasil já algumas vezes e que se tornou amigo, sempre que tenho dúvidas, recorro a ele, pra me ajudar”.
Fazendo questão de ressaltar a presença do pai Magrão sempre que possível junto ao Stud, Du Bianchi afirma que o seu sonho é trabalhar e correr nos Estados Unidos. “Não será agora, mas é uma meta futura, trabalhar onde estão os melhores!”, finaliza.”