A LEME é uma doença neurológica causada pela toxina oriunda do fungo chamado Fusariummoliniforme, sendo que uma das principais fontes de contaminação dos cavalos se dá pela ingestão de milho contaminado com esta toxina fúngica.
O cavalo pode demorar algumas horas ou dias até apresentar alguns sintomas clínicos neurológicos, tais como: andar em círculos, pressão da cabeça contra objetos, fraqueza, tremores musculares e até episódios de excitação. Todos esses sintomas e a gravidade de cada caso dependem da quantidade de toxina fúngica absorvida.
Tendo isso em vista é de suma importância evitar formas in natura de milho (espiga ou grãos de milho), bem como nas apresentações de “rolão de milho” e farelo de milho, pois além de serem fontes alimentícias com baixíssima digestão e baixo teor energético, elas possuem um risco muito mais elevado de abrigar essas toxinas fúngicas. Até mesmo algumas rações comerciais, com baixa qualidade e armazenamento nas suas matérias-primas, podem conter essas toxinas.
Essa afecção fúngica em questão acomete principalmente a massa “branca” encefálica, originando este aspecto de malácia encefálica ou de “cérebro amolecido”.Se na sua propriedade há alguma suspeita de algum cavalo com sintomas neurológicos, peça auxílio imediato de um veterinário, pois outras doenças neurológicas com sintomas semelhantes (Ex: raiva, tétano, encefalites por herpesvírus, EPM, etc) podem ter sintomas neurológicos semelhantes, mas com condutas sanitárias e terapêuticas distintas. Assim como várias outras doenças neurológicas, a LEME possui uma taxa muito baixa de cura, mesmo com tratamento intensivo, com grandes chances de ter alguma sequela posterior.
Devemos ter muita atenção na origem da alimentação dos cavalos, pois eles são muito sensíveis à presença de toxinas na ração, diferentemente de bois, por exemplo, que são um pouco mais tolerantes. Misturas de rações “caseiras” ou de empresas não idôneas, podem trazer um risco em potencial para a saúde do seu animal. Lembrem-se também de evitar armazenar os alimentos do seu cavalo (sal mineral, ração, suplementos, feno, etc) em ambientes com umidade elevada e com baixa circulação de ar, pois podem se tornar fontes que potencializam a ação de toxinas.
Colaboração: Marcelo Prandini, médico veterinário. Fonte do texto: Ocorrência de leucoencefalomalácia (LEME) em equídeos no estado de São Paulo, Brasil: achados anatomopatológicos