Os cascos dos equídeos são estruturas aparentemente fortes e resistentes, mas precisam de cuidados diários, pois muitas vezes se não forem devidamente monitorados e tratados, podem desenvolver diferentes tipos de enfermidades, afetando a qualidade de vida e podendo levar até a perda funcional do animal.
A Dermovilite Exsudativa Vegetante Crônica, ou comumente chamada Cancro de Ranilha, é uma doença que consiste em lesões causadas por bactérias na ranilha, bulbos, podendo afetar até a quartela.
Pode atingir todos os equídeos (equinos, muares, asininos), de todas raças, sexo, idade e uso. Podendo ainda se desenvolver em um ou em todos os cascos.
Causas, desenvolvimento e aspecto
Os principais motivos desencadeadores da doença, são a falta de limpeza e cuidado com os cascos, a falta ou más condições de higiene, tanto de piquetes úmidos e embarreados, como também de baias sujas com acúmulo de fezes, urina e umidade. Esses fatores associados à falta de casqueamento periódico resultam em cascos muito longos e acúmulo de matéria morta e podre em suas solas e ainda sem uma limpeza diária dos cascos, criam um ambiente favorável para o crescimento bacteriano!
Por ter seu início mais lento a Dermovilite pode ser confundida com Pododermatite Exsudativa (popular Broca).
Com o tempo há grande crescimento dessas bactérias, aos poucos uma massa composta por queratina branca prolifera na ranilha, tecidos sadios tornam-se fracos, amolecem e podem levar inclusive à claudicação (manqueira), comprometendo o uso do paciente. Nesse ponto o crescimento da massa passa a ser rápido e desordenado, tomando os tecidos sadios, há secreção negra, pútrida e odor fétido, com acelerada necrose de tecidos.
A consulta de um Médico Veterinário especialista e com boa experiência, o mais cedo possível, é muito importante para o correto diagnóstico e definição do protocolo de tratamento. Quanto mais cedo houver tratamento correto, mais cedo será seu sucesso e mais rápida será a cura.
O tratamento Médico via de regra se inicia por boa limpeza e debri dos tecidos patológicos e necróticos. Manter o animal em baia seca e limpa é fundamental. Certos casos também exigem um correto casqueamento inicial.
A partir daí, instituem-se os curativos secos oclusivos e frequentes, com medicamentos adstringentes e antimicrobianos específicos, e medicação parenteral de eleição, de acordo com cada protocolo médico.
O tratamento parenteral será à base de bacteriostáticos e anti-inflamatórios. Em certos casos a soro-vacinação antitetânica será necessária.
Importante destacar nesse ponto:
Que o tratamento pode ser longo, de evolução lenta, exige muita dedicação, por vezes é até ingrato, mas vale a perseverança!!!
A higiene tanto da baia, quanto dos curativos, será fundamental para o sucesso do quadro. Cada caso se comporta à sua maneira, exigindo por vezes várias mudanças e adaptações do tratamento. Nem todo animal responde igual a outro, exigindo conhecimento específico do Médico Veterinário.
Certos casos mais graves e avançados exigem, antes de se instituir o tratamento clínico, um procedimento cirúrgico, com a ressecção correta de tecidos patológicos. Também em quadros graves e instalados há tempo, podem atingir tendões, ossos e ligamento, podendo resultar em claudicação permanente.
Pode também causar crescimento irregular do casco, levando ao encastelamento de difícil correção.
Prevenção
Como prevenção eficaz à Dermovilite, deve-se manter o casqueamento periódico (Máximo de 40 dias).
Proceder limpeza diária dos cascos e aplicação de medicação específica para as águas ou para tempo das secas.
Usar boa cama limpa e seca, fazer higienização e limpeza das baias com frequência!
Consulte sempre um MÉDICO VETERINÁRIO ESPECIALISTA e com Grande Experiência para atender seu animal. Só ele poderá fazer o correto diagnóstico, montar o protocolo correto de tratamento e restabelecer a saúde de maneira segura e mais rápida!
Colaboração: Osimar Giuntini, CRMV-SP 5862 – Medicina, Cirurgia, Odontologia Avançada. Fone (11) 99957-2227 – Emergências 24 horas, há 31 anos cuidando da saúde de seus animais.
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