A dermatofitose é uma doença causada por um grupo de fungos chamados de dermatófitos. Essa enfermidade acomete equinos de todas as idades, porém é mais comum em animais jovens.
É recorrente nas áreas de clima tropical e temperado, principalmente nos meses de outono e inverno, uma vez que neste período ocorre o crescimento dos pelos e também a mudança do metabolismo para a manutenção do calor corporal, acarretando em quedas na imunidade.
Outros fatores que podem desencadear a dermatofitose são o estresse por excesso de trabalho e deficiência nutricional.
A dermatofitose é uma doença de caráter zoonótico, ou seja, pode ser transmitida para seres humanos assim como para outros animais. Esta transmissão acontece por contato direto com objetos infectados ou com animais portadores sintomáticos (com sinais de infecção) ou assintomáticos (sem sinais de infecção).
Caracteriza-se pelo crescimento do fungo sobre os pelos ou no interior deles, podendo aparecer nos folículos pilosos e nas porções córneas (cascos).
As lesões são distribuídas comumente em área de cabeça, pescoço, palheta e lateral do tórax do cavalo.
Elas são caracterizadas por lesões circulares sem pelo e ao redor de sua margem possui pelos grosseiros, tem quantidade variável de descamação da pele, além de apresentarem área mais avermelhada no centro da lesão (Figura 1). O prurido (coceira) geralmente é mínimo ou ausente.
É comum haver também áreas sem pelo, com poucas lesões, principalmente em garupa, pescoço e cabeça (Figura 2). Entretanto os sinais podem ser muito variáveis dependendo do grau de infecção e inflamação.
O diagnóstico para dermatofitose baseia-se na observação da infecção, na aparência das lesões características e no exame microscópico direto dos pelos, porém o diagnóstico mais confiável é a cultura fúngica em laboratório.
O tratamento deve ser estabelecido o mais rápido possível pelo médico veterinário de acordo com a característica e evolução das lesões, uma vez que esta infecção pode ser transmitida para humanos e outros animais.
Geralmente consiste em aplicações tópicas com medicamentos antifúngicos como solução fraca de iodo, compostos de amônia quaternária, banhos com clorexidina e pomadas. Caso a infecção estiver em um grau muito avançado é essencial utilizar, além das medicações tópicas, medicação oral, como antifúngicos.
Para controlar a dermatofitose nas propriedades é importante que haja manejo nutricional dos animais, limpeza e desinfecção das baias com detergente comum ou solução de hipoclorito de sódio. Caso venha a ocorrer é importante fazer o isolamento do animal infectado seguido do tratamento imediato indicado pelo médico veterinário.
Colaboração: Carla Ruzza Ceppi, médica veterinária, com Luana Roveri Balestrin.